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Palestra sobre os desafios e perspectivas da Ciência e Tecnologia marca abertura do 26º ENIC

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Em tempos de ataques à produção científica, sobretudo às pesquisas produzidas em universidades públicas, a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), através da Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa (PRPGP), iniciou nesta terça-feira (22), a 26ª edição do Encontro de Iniciação Científica (ENIC) da Instituição. Com o tema central “Desafios e as perspectivas da pesquisa técnico-científica na contemporaneidade”, o evento envolve estudantes e professores que atuam no Programa de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) nas mais atuais discussões sobre a ciência brasileira e apresenta ao público a produção científica da UEPB.

A abertura das atividades do ENIC foi realizada no Auditório do Departamento de Psicologia, no Câmpus de Bodocongó, em Campina Grande, e foi marcada pela palestra “Ciência e tecnologia: desafios e perspectivas”, proferida pelo professor Isac Almeida de Medeiros, pró-reitor de Pesquisa da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Ele mostrou que, apesar das grandes ameaças que têm impactado nas pesquisas, existem perspectivas para o Brasil avançar na produção de Ciência e Tecnologia, compartilhando o que é produzido nas universidades com a sociedade.

Em sua explanação, o docente destacou que a economia mundial é baseada no conhecimento e que 70% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial vem do conhecimento. Isac garantiu que a Ciência e a Tecnologia são fundamentais para impulsionar o desenvolvimento de um país, sendo uma questão de soberania nacional. Lamentavelmente, segundo o palestrante, o Brasil investe pouco em ciência. Conforme números apresentados pelo professor, o Brasil ocupa a 13ª posição no ranking mundial de produção científica, mas a sociedade desconhece a grandiosidade das pesquisas realizadas nas universidades.

Isac frisou que um país que depende de tecnologia externa para sua sobrevivência, não vai se desenvolver a contento nem garantir qualidade de vida para a população. “É importante termos ciência e tecnologia como agenda e os alunos despertando a sua vocação para seguir em um ciclo virtuoso de formação de cientistas brasileiros”, disse. Para ele, o desenvolvimento de uma nação avança conforme são feitos investimentos em pesquisa e é preciso que haja uma política de Estado no tocante a esta questão, em vez de políticas cíclicas de governos.

O reitor Rangel Junior participou da abertura do 26º ENIC e destacou a importância da Iniciação Científica na UEPB, salientando que, a despeito de toda crise e de todas as dificuldades, a Instituição não deixou faltar apoio ao PIBIC e continua sendo uma das poucas universidades do país que financia mais bolsas de Iniciação Científica com recursos próprios do que com recursos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). “Mantivemos o quantitativo de estudantes bolsistas e não reduzimos em nenhum momento os valores das bolsas. Vamos trabalhar para ampliar em 2020. Isso é resultado de um trabalho consistente de pessoas que se dedicam de forma diferenciada a resolver os problemas”, ressaltou.

Rangel, que acompanhou todo o desenvolvimento da Iniciação Científica na UEPB, desde o seu nascedouro, registrou a participação dos professores José Tavares e Fernando Luiz, que ajudaram a implantar o projeto na Instituição, há 26 anos. O reitor ressaltou que a UEPB tem dado passos significativos para quebrar a barreira que ainda separa a pesquisa do ensino e da extensão. Emparelhar o chamado tripé que estrutura o pensamento da universidade brasileira representa, segundo o reitor, a valorização acadêmica. Ele assegurou que a Instituição vai continuar investindo no fator humano, mesmo com baixas condições materiais, garantindo que nenhum programa ou projeto tenha interrupção de atividades.

Para o reitor, o fazer ciência no Brasil é um ato de resistência e o ENIC não é diferente. Enfático, ele lembrou que a pesquisa científica, em sua larga maioria, é produzida em universidades públicas. “Então, sem dúvida nenhuma, a realização de mais um evento dessa natureza, com a mostra do que foi produzido ao longo do ano, é sim um ato de resistência”, frisou.

Ao dar as boas-vindas aos participantes, a pró-reitora Pós-Graduação e Pesquisa da UEPB, professora Maria José Lima, disse que a Iniciação Científica é o primeiro passo para o aluno ter um bom desempenho na pós-graduação, porque ela permite que os graduandos tenham contato com a pesquisa logo nos primeiros anos de vida acadêmica e descubram sua vocação. “Normalmente, eu diria que 90% dos nossos alunos de Iniciação Científica ingressam na pós-graduação e defendem suas dissertações em tempos recordes, entre 24 e 26 meses, no máximo. Isso fortalece a nossa pós-graduação”, destacou.

Maria José também enfatizou que, apesar dos cortes nas verbas para educação, inclusive para os órgãos nacionais de fomento à pesquisa, a UEPB não teve nenhum corte de bolsa para a Iniciação Científica e, hoje, conta com 534 bolsas desta natureza. Ela observou que a cota de bolsas mantidas pela própria Instituição é o dobro da que é assegurada pelo CNPq e o programa da Instituição é referência em qualidade e quantidade, sobretudo no âmbito das universidades estaduais nordestinas.

O vice-reitor da UEPB, professor Flávio Romero Guimarães, ressaltou que a iniciativa visa dar visibilidade aos trabalhos científicos produzidos pela Universidade. Flávio observou que a pós-graduação da Instituição cresceu muito nos últimos anos e, hoje, é bem diferente de 26 anos atrás, quado nasceu o ENIC. O 26º ENIC reúne 590 trabalhos de iniciação científica desenvolvidos por estudantes bolsistas e não bolsistas, que serão apresentados nas comunicações orais, o que representa um número recorde de projetos inscritos.

Para o coordenador geral de Pesquisa da UEPB, professor Carlos Henrique Gadelha, o ENIC é a oportunidade da Universidade mostrar para a sociedade o quanto o que é produzido nas salas de aula e laboratórios impacta na vida das pessoas e provoca transformações no mundo, sejam elas sociais, ambientais, culturais ou tecnológicas, o que garante melhor qualidade de vida para a população.

Após a palestra de abertura, aconteceu o lançamento do e-book “Rede de Saberes”, contendo trabalhos premiados no ENIC 2018. Os alunos premiados presentes na abertura receberam um pen-card com o material. A pretensão da PRPGP é produzir uma série de livros virtuais com artigos do ENIC como forma de prestar contas à sociedade que financia a pesquisa na Instituição.

A programação do ENIC seguiu à tarde, com a realização dos minicursos “Redação de artigos científicos”, “Estratégias de pesquisa na internet”, “Conhecendo o Currículo Lattes” e “O papel do CEP/UEPB na proteção do ser humano e a submissão de protocolos de pesquisa na Plataforma Brasil”.

A Iniciação Científica é um programa coordenado pelo Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia que, desde 1952, vem estimulando os estudantes de graduação a enveredar pela pesquisa. Na UEPB, a iniciação científica tem mobilizado mais de 700 professores-orientadores e mil alunos nos mais de 500 projetos. Em sua 26ª edição, o Encontro de Iniciação Científica da UEPB está acontecendo dentro das atividades da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, mostrando para toda sociedade o resultado dos trabalhos produzidos pela UEPB nas diversas áreas do conhecimento.

Redação

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