As inscrições para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foram aceitas até a última desta sexta-feira, pela página do participante. O Enem foi adiado “de 30 a 60 dias em relação ao que foi previsto nos editais”, de acordo com decisão do Inep e do Ministério da Educação (MEC). Essa decisão apesar de receber o apoio de entidades educacionais do Estado, ainda mereceram ressalvas por estas partes, pois segundo elas ainda há muitas desigualdades sociais no processo.
Para o secretário de Estado da Educação e da Ciência e Tecnologia (SEECT), Cláudio Futado, apesar de comemorar a prorrogação das provas, ele pontua que existem lacunas a serem repensadas pelo Ministério da Educação (MEC) e Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), para não prejudicar o aluno de ensino remoto. “Estes órgãos precisam esclarecer às instituições de ensino como será a reposição de conteúdos, o retorno após a pandemia e outras questões. A consulta pública sugerida pelo MEC aos candidatos inscritos não reflete a realidade dos estudantes de ensino remoto, tanto da rede pública quanto da rede privada. A maioria dos estudantes que fazem Enem são egressos. Apesar de não terem sido aprovados na universidade viram o conteúdo em circunstâncias normais de ensino, diferentemente, dos alunos que estão em ensino remoto, que estão se adaptando a este período crítico. Essa consulta pública não é justa com eles”, disse.
Assim também pensa a presidente da Associação dos Estudantes Secundaristas da Paraíba (AESP), Milena Caetano, no qual ressalta que o adiamento da prova é resultado da militância e uma vitória de todos. “Apesar de estarmos em isolamento social, a União Brasileira de Estudantes Secundarista (Ubes) e a UNE militaram nas redes sociais oficiais do MEC e do ministro da Educação Abraham Weintraub, solicitando o adiamento do Enem. Nossa luta agora é pela suspensão por prazo indeterminado do Enem, que será votada na Câmara”, ressaltou.
“A regra vale tanto para os participantes que optarem pelo Enem impresso quanto para os que escolherem o Enem digital”, informa o site da prova.
Adiamento da prova
A decisão ocorre depois de o governo enfrentar questionamentos judiciais cobrando o adiamento da prova por causa dos efeitos da pandemia da Covid-19. Segundo entidades estudantis, universidades e colégios federais, a suspensão das aulas presenciais aumentaria a desigualdade entre os candidatos. O debate sobre o adiamento da prova chegou ao Congresso: na terça-feira (19), o Senado aprovou projeto que adia Enem, e o texto seguiu para avaliação da Câmara dos Deputados.
Cronograma
No mês passado, o Inep adiou apenas a versão digital, que seria realizada nos dias 11 e 18 de outubro e passou para os dias 22 e 29 de novembro. A aplicação da prova impressa estava prevista para 1º e 8 de novembro. As novas datas não foram divulgadas.
Redação
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