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Universidade Estadual da Paraíba celebra 34 anos de estadualização com conquistas, sonhos e resistência

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Sob o signo do desenvolvimento e do progresso, nasceu no solo fértil de Campina Grande há 55 anos a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). Mesmo sob a égide da história e de grandes personalidades da época, a recém-criada Universidade Regional do Nordeste (URNe), precisava de alguns atos imprescindíveis para expandir seus tentáculos aos mais longínquos recantos do Estado, e se tornar um patrimônio da Paraíba.

E assim se deu a Estadualização da Instituição, conquistada em 11 de outubro de 1987, como um ato que marcou o surgimento de um novo tempo na história da Universidade, que posteriormente rompeu as fronteiras de Campina Grande e se tornou um bem insubstituível do povo paraibano. Nesta segunda-feira (11) a UEPB celebra seus 34 anos da estadualização, o segundo momento mais importante da Universidade, desde a sua criação como Universidade Regional do Nordeste (URNe), em 1966.

O ato foi possível através da Lei nº 4.977, sancionada pelo então governador Tarcísio Burity, que abriu caminho para o reconhecimento pelo Conselho Nacional de Educação do MEC, em 1996, tornando a UEPB uma Instituição de Ensino Superior consolidada e definitiva. Além disso, a conquista da autonomia financeira, por meio da Lei Estadual nº 7.643 em 2004, inaugurou uma nova fase na história da Universidade.

Fruto de uma ampla mobilização na cidade e da tenacidade de muita gente, a estadualização abriu horizontes e descortinou novos caminhos para a UEPB, que transformou a frágil URNe em uma Instituição sólida, com vida longa e uma das maiores universidades públicas do Nordeste brasileiro. Assim, os tempos sombrios ficaram para trás, e a UEPB finalmente transpôs os limites geográficos da Borborema e espargiu as luzes da educação libertadora em direção ao Sertão, Litoral, Cariri e Curimataú paraibanos.

O crescimento vertiginoso é traduzido pelos números. Além de atuar como mola propulsora do desenvolvimento, a UEPB oferece ensino de qualidade para mais de 18 mil alunos, em 84 cursos de graduação nas áreas da Saúde, Ciências Exatas, Tecnologia, Ciências Humanas e Sociais, e recebe cerca de três mil novos alunos a cada ano. Nos últimos anos, a Universidade também deu um significativo salto nos programas de Pós-Graduação. Os números são expressivos e traduzem a consolidação dos programas.

São seis doutorados, 21 mestrados, aprovados pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal em Nível Superior (Capes), 14 cursos de especialização, totalizando 41 cursos na pós-graduação. Se na área da Pesquisa a Universidade se consolidou nesta travessia, a Extensão se aproximou ainda mais da sociedade, através dos serviços ofertados gratuitamente por meio dos projetos e programas extensionistas. Hoje, a UEPB figura bem nos maiores rankings do país, obtendo notas e conceitos bem avaliados.

Protagonista de uma história de luta, sonhos e conquistas, o professor José Benjamim acompanhou de perto todo o processo que culminou na estadualização da Universidade. Na época ocupando a condição de presidente da Associação de Docentes (ADURNE), liderou um movimento favorável à estadualização. Benjamin destacou alguns aspectos que foram fundamentais para o sonho virar realidade, e lembra que a estadualização foi possível graças à unidade de todos os setores da Universidade em prol da causa.

Docentes, estudantes e servidores unificaram os discursos e partiram unidos para as trincheiras de luta. Segundo ele, o sentimento se espalhou por toda a comunidade universitária e chegou à sociedade. Um dos acontecimentos que tornou mais próximo o sonho aconteceu em abril de 1987, no colégio das Damas, no Centro de Campina Grande.

Naquele dia, o então governador do Estado, Tarcísio de Miranda Burity, foi convocado para uma reunião para supostamente falar sobre a Constituição. Só que a reunião convocada pela Associação de Docentes, tinha outro propósito desconhecido do governador. A estratégia era pressionar o chefe do Executivo Estadual na presença de toda a comunidade universitária. E deu certo.

Durante o encontro, um grupo de estudantes começou a gritar alto, clamando pela estadualização. Em meio ao barulho, José Benjamim pediu a palavra e solicitou ao governador para estadualizar a Universidade. Em seu argumento, ele mostrou que a situação estava difícil devido à crise financeira na Instituição. Conforme lembrou o professor, naquele dia, em meio a pressão, o governador disse que não seria irresponsável em atender o pedido. Depois, garantiu que a URNe não ficaria órfã de sua administração.

Apesar da resistência, Burity repensou e instalou uma Comissão que ficou responsável em fazer um levantamento para ver a viabilidade de transformar a URNe em UEPB. Além de José Benjamim, integravam a Comissão o professor Josibel Lins, representante da Furne; e Valdir Porfílio, presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE).

Seis meses depois da histórica reunião nas Damas, precisamente, no dia 11 de Outubro, o governador Tarcísio Burity assinou o ato de Estadualização, tornando assim, vitorioso o movimento dos três segmentos da Instituição. O ato aconteceu no Parque do Povo, como parte das comemorações do aniversário da cidade. José Benjamim disse que a estadualização marcou o renascimento da Instituição, que na época estava definhando, e que, segundo ele, “se não fosse estadualizada, poderia entrar em colapso e fechar”.

Para o professor, a assinatura da lei foi o coroamento da mobilização envolvendo as entidades dos professores, funcionários e estudantes, lideranças políticas e entidades de classe. Transcorridos 34 anos, a Universidade Estadual da Paraíba, agora sob a administração de duas mulheres, as professoras Célia Regina Diniz e Ivonildes Fonseca, segue protagonista no Estado, e avança em todos os campos.

De acordo com a professora Célia Regina Diniz, reitora da UEPB, a história da Universidade é marcada por momentos de lutas e conquistas, desde a sua criação como Universidade Regional do Nordeste, e este aniversário de 34 anos de estadualização representa para todas as pessoas que estiveram envolvidas na luta por esta conquista, uma vitória do ensino público, gratuito e de qualidade. Segundo ela, tudo só foi possível graças aos esforços e dedicação dos professores, técnicas e técnicos administrativos e os estudantes, que mesmo em momentos de dificuldades continuaram firmes na defesa e no propósito maior de sustentabilidade da nossa Universidade.

“A UEPB é uma Universidade com relevância regional, formando estudantes em diversas cidades, cuja a inserção se estendeu para além dos limites de Campina Grande. Atualmente, temos cerca de 18 mil estudantes e mais de dois mil servidores e todos eles foram fundamentais nos momentos de conquistas da Universidade. Neste 11 de outubro celebramos a estadualização da UEPB e temos o desafio de prosseguir nessa caminhada, inspirada nessa trajetória de resistência e superação, rumo a uma Universidade ainda mais forte e mais socialmente referenciada, contribuindo ainda mais com o desenvolvimento do nosso estado, do Nordeste e do Brasil”, destacou a reitora.

O professor Luciano Albino, chefe de Gabinete da Reitoria, lembrou que a estadualização aconteceu em um momento histórico nos anos 1980. De acordo com ele, o ato surgiu no contexto da redemocratização do país. Ele observou que na época tanto os sindicatos como os movimentos sociais, estavam muito fortes. “A UEPB é filha dessa redemocratização. O contexto histórico favoreceu bastante. Não foi um governador, mas o contexto político e um grupo de pessoas dos três segmentos que se mobilizaram em torno do ensino público e gratuito de qualidade”, destacou o professor Luciano Albino.

Para ele, a estadualização da UEPB representa a conquista dos paraibanos, dos filhos dos trabalhadores que conquistaram o direito de estudar em uma universidade pública de qualidade. “Comemoramos todo um ideal de uma universidade estadual, que tem um perfil diferente. Ela nasce a partir da demanda de um povo. Desde o seu nascedouro, a UEPB sempre foi uma universidade gratuita, laica e plural, que não tem uma orientação religiosa e está aberta para todas as denominações”, disse.

ndiscutivelmente, a Universidade Estadual da Paraíba cresce no ritmo de Campina Grande. A Instituição nasceu na Rainha da Borborema, no local onde hoje funciona o Centro de Ciências Biológicas da Saúde (CCBS), em Bodocongó, um dos bairros estratégicos da Rainha da Borborema. Em comum, Campina e a UEPB têm o pioneirismo e a vanguarda típica do contexto histórico da década de 1960.

Quando foi estadualizada, em 1987, no segundo momento marcante nessa épica travessia de resistência, conquistas e sonhos, a UEPB tinha apenas 21 anos de criação, e Campina Grande, celebrava 117 anos. O tempo passou, e hoje a UEPB tem 55 anos de existência, enquanto a Rainha da Borborema celebra neste 11 de outubro seus 157 anos de Emancipação Política.

Nestes 34 anos de história mútua muita coisa mudou. O mundo passou por significativas transformações nas ciências, artes e economia, com destaque para os avanços na tecnologia. Sempre atuando na vanguarda, a UEPB, acompanhou os avanços e conectou-se com o futuro, antes mesmo dele chegar.

Desde o seu nascedouro, a UEPB sempre foi um terreno pródigo na formação e difusão do conhecimento e promoção da vida. A Instituição, que nasceu no solo fértil da Rainha da Borborema e rapidamente se expandiu, estando presente atualmente com câmpus instalados nos municípios de Lagoa Seca, Guarabira, Catolé do Rocha, João Pessoa, Monteiro, Patos e Araruna. Nesse passo do desenvolvimento, Campina Grande também cresceu e se tornou importante polo tecnológico e de educação, com duas universidades públicas e várias instituições privadas.

Assessoria

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