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Universitários na PB criticam declaração de ministra e atestam que moradia no Campus reduz dificuldades

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As dificuldades de morar fora de casa, ter que estar longe de familiares e pessoas que conviveram a vida inteira, e ao mesmo tempo se dedicar aos estudos e ao futuro, parecem ser inúmeras. Esta é a realidade de muitos estudantes da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), que são beneficiários do auxílio da Residência Universitária, mas que deixam todas as “pedras no caminho” em nome do sonho de ter uma formação acadêmica e um futuro mais promissor daquele que lhe foi oferecido enquanto esteve em sua terra natal.

O benefício da moradia na UFPB, que visa oferecer condições para a permanência na educação superior, é para estudantes de graduação presencial, regularmente matriculados, cursando disciplinas no período letivo em vigência e de baixa renda, com renda familiar per capita bruta igual ou inferior a um salário mínimo e meio.

Para Carlos dos Santos, de 26 anos, morador da Residência Universitária e estudante de Música na UFPB, a saudade de casa existe, mas o sonho de ter uma formação tem ficado acima de todos os percalços. O jovem é natural de Sertânea, Estado de Pernambuco. “O sonho de me formar fica acima de tudo isso. Tem a saudade da mãe, da irmã, mas dá para superar por conta do sonho, principalmente para a música, que a gente sabe que hoje em dia vai ficando cada vez mais complicado, mas o amor e o sonho de se tornar um músico profissional ultrapassa esses limites”, revelou.

Carlos destacou que está completamente adaptado à cidade de João Pessoa e disse que a Universidade oferece toda a assistência necessária. “Eu frequento todos os lugares, saio para todo lugar. A Universidade, além de nos dar a residência, nos dá uma bolsa, um auxílio para ajudar, que inclusive está atrasada e ninguém sabe o porquê. Tem a alimentação e tudo. Dificuldade financeira só passa quem é descontrolado, mas quem é controlado e recebe a bolsa consegue se sustentar. Eu não tenho do que reclamar não”, explicou.

Ele acrescentou que deseja e tem planejamentos em mente no sentido de permanecer e fazer seu futuro em terras paraibanas. “O meu plano inicial, desde quando eu vim, foi de ficar, mas a gente não sabe. O plano da gente é de ficar, de tentar concurso e aqui tem muita oportunidade relacionada à música, eu acho que aqui eu vou ter emprego na música. Eu não sei se eu vou ganhar bem, mas eu vou estar feliz”, afirmou.

Outro beneficiário da Residência Universitária é o estudante de Ciências Sociais Antônio Luz, de 33 anos. Antônio, que mora na UFPB há dois anos e quatro meses, também é de Pernambuco, da cidade de Timbaúba. De acordo com ele, sua estadia faz parte de um projeto de vida, mas destacou que problemas em estar longe da família existem, e talvez o principal seja quando necessita de assistência na saúde.

“A minha estadia aqui faz parte de um projeto de vida. Enquanto eu estou aqui, eu procuro aliar minhas pesquisas a algumas referências que a casa me traz. Dentre várias pesquisas, a questão saúde é fundamental. Então se nós pensarmos a saúde do ponto de vista de estar na casa em relação ao nosso seio familiar, então nós temos uma ruptura, uma dificuldade, porque estamos longe dos familiares. Durante minha estadia aqui eu tive um problema de saúde sério e foi mais um desafio que eu venci”, afirmou.

Critica a auxiliar de Bolsonaro – As críticas feitas pela ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, sobre a regra do Sisu que permite ao estudante se candidatar a uma vaga universitária longe de onde a família mora, repercute mal entre os próprios estudantes.

Para Carlos, que vêm de um local onde não existe nenhum acesso a uma educação superior, as palavras de Damares só deixam os estudantes tristes e desmotivados. 

“Essas declarações têm deixado o estudante cada vez mais triste. Já que ela está dizendo isso, então que o governo dê oportunidades para o pessoal do interior e leve universidades para eles. A gente chega ao interior e não tem nada. Na minha cidade é mais política do que qualquer tentativa que a sociedade viva melhor, então eu não tive escolha, eu tive que vir para cá”, disse.

 

Redação

 


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