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Vítimas de extorsão via WhatsApp contam como caíram no golpe

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As fraudes cometidas via WhatsApp estão cada vez mais comuns — e os criminosos normalmente nem precisam se esforçar muito para extorquir seus familiares e amigos. Em dois casos recentes, leitores do Mente Binária caíram no golpe e transferiram dinheiro aos criminosos achando que falavam com seus amigos.

Em ambos os casos, a linha telefônica foi temporariamente clonada. No primeiro, a dona da linha ficou sem acesso ao WhatsApp por cerca de seis horas. O leitor que caiu no golpe conta que foi muito difícil de perceber que não era sua amiga (a dona da linha) falando com ele. O criminoso seguiu o papo de acordo com informações que ele dava. “A pessoa começou a conversa com Boa noite’, aí eu respondi ‘Boa noite meu amorzinho’ e ele respondeu seguindo nessa linha, com emojis carinhosos. Não me liguei que não era ela”, conta a vítima do golpe.

Conversa entre a vítima e o criminoso, que se clonou o celular de uma amiga e passou por ela

A vítima só notou que era golpe quando já tinha transferido R$ 2.500 aos criminosos — que ainda deram duas opções de banco para a transferência. Ao tentar estornar, a gerente do banco disse que se fosse DOC, seria agendado para o dia seguinte, mas como foi TED, não era possível reverter. “Como foi transferência entre contas do mesmo banco, caiu na mesma hora”, conta a vítima. Mesmo sendo TED, se o dinheiro ainda tivesse na conta de destino, daria para bloquear a conta e ressarcir o dinheiro, mas os bandidos sacaram o valor imediatamente, e não foi possível fazer o ressarcimento. “O que o banco fez foi bloquear a conta de destino em todo o sistema bancário”, comenta.

Perguntamos como ele se sentiu e a resposta foi imediata: “Dá uma sensação de impotência. A mesma de ter sido assaltado. Você fica desorientado, sem saber o que fazer”, lamenta.

O outro caso também envolveu a clonagem da linha telefônica e a ativação do WhatsApp em outro dispositivo. A situação foi a mesma: os criminosos solicitaram aos contatos a transferência de um valor em dinheiro, o que acabou ocorrendo. Dessa vez no valor de R$ 500,00, mas desta vez foi possível bloquear a reaver o valor junto ao banco.

No site Mentebinária foram postadas algumas dicas de como se proteger desse tipo de ataque, mas nesses casos somente a ativação da autenticação de dois fatores já impediria que os criminosos ativassem o WhatsApp em outro aparelho, já que é exigido um PIN (Personal Identification Number — código de seis dígitos, no caso do WhatsApp).

Esse tipo de fraude sugere que existam pessoas com conhecimento em tecnologia atuando junto aos criminosos. E vale a dica: se algum parente ou conhecido seu pedir dinheiro via WhatsApp, sempre desconfie e tente contato com ele antes de transferir. De repente, uma maneira de identificar se a pessoa que está pedindo é de fato alguém que você conhece é fazendo uma chamada em vídeo para se certificar sobre quem está do outro lado.

 

Humberto Júnior

Com informações de Bruna Chieco e Mente Binária

 

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