A situação do Treze é muito delicada. E quase dois anos após o advogado e ex-presidente Eduardo Medeiros declarar que o Alvinegro é "um clube falido", o atual mandatário galista, Bebeto Silva, convocou a torcida ontem para conversar sobre a crítica situação do time do bairro de São José.
Cerca de dez torcedores compareceram ao estádio Presidente Vargas na tarde desta quarta-feira (17), e o que ouviram do presidente foi deprimente.
Depois da saída do diretor administrativo Ivandro Cunha Lima Filho, na manhã de ontem, o gerente de futebol Josimar Barbosa, o Joba, entregou o cargo, e o supervisor Edson Barros também anunciou seu desligamento do clube.
Praticamente só na diretoria do Galo, Bebeto revelou ainda que até o presidente do Conselho Deliberativo, Robson Regis, socilitou licença para tratar da saúde.
– Estamos tentando refazer o clube. Eu fui abandonado. Eu até cheguei a entregar o cargo de presidente, e entrego novamente, mas ninguém quis assumir. E ninguém quer. Na hora que chegar alguém disposto a assumir, eu deixo o cargo. Só vamos jogar a Série D para não sermos punidos pela CBF. Porque na verdade não teríamos dinheiro para a competição. O mais sensato seria nem mesmo jogar, tamanha a crise que enfrentamos – desabafou o presidente alvinegro.
Na Série D, o Treze estreia pelo Grupo A-3 em Sergipe, contra o Estanciano, dia 12 de julho. Depois o Galo enfrenta Serrano-BA, Goianésia-GO e Central de Caruaru. O time deve ser bem modesto, formado por uma comissão técnica e elenco caseiros.
O nome mais cotado para assumir o Alvinegro é o de Luis Carlos Mendes, ex-auxiliar técnico de Maurício Simões e que atualmente atua nas categorias de base do clube, em parceria com o SESI.
Na manhã desta quinta-feira (18), através do site oficial da agremiação, a assessoria de imprensa trezeana publicou uma nota relatando a grave situação enfrentada.
Leia o texto na íntegra.
"Desde o rebaixamento da Série C e a campanha ruim em toda a temporada 2014, o time já começou o ano de 2015 com grandes dificuldades financeiras, tendo que montar um elenco com um teto salarial reduzido. Apesar do elenco aguerrido e comprometido que tivemos, o Galo da Borborema não alcançou seus objetivos na competição estadual deste ano, ficando em terceiro lugar. O resultado foi o estopim para que diretores, abnegados e empresários desistissem de investir no clube.
Durante esta semana, a diretoria do clube esteve reunida para decidir o futuro do time para o Campeonato Brasileiro da Série D, que começa já no dia 12 de julho. Nesta quarta-feira (17), o presidente do Treze, Carlos Alberto, convocou a imprensa e representantes da torcida onde externou tudo que está acontecendo no clube, as dificuldades enfrentadas pelo Treze e anunciou a saída dos companheiros, que estavam ajudando o alvinegro até então.
A verdade é que, sem o apoio e fontes financeiras, o time terá dificuldades para montar o elenco da quarta divisão e já está desmontando ao atual elenco. A maioria dos contratos do jogadores que vieram para o Campeonato Paraibano já encerraram e o clube não terá condições de mantê-los. Do atual elenco, apenas os atletas que são do clube permanecerão e outros se aceitarem redução nos salários. Com as grandes dificuldades, chegou a ser cogitada a possibilidade do Treze pedir licença a Confederação Brasileira Futebol (CBF) para não disputar a série D 2015, mas isso poderia trazer prejuízos ainda maiores para o clube no futuro.
Por tanto, a título de hoje, o Treze irá participar da quarta divisão, mas com um “time caseiro”. O teto salarial de cada jogador será de aproximadamente até R$ 4 mil e serão convocados atletas do próprio estado, que se destacaram em clubes menores no Campeonato Paraibano. A diretoria também definiu que a comissão técnica da Série D será formada por profissionais de Campina Grande e o nome do novo técnico deverá ser anunciado nesta quinta-feira (18), após o acerto final. O time já deve começar os treinamentos na próxima segunda-feira (22).
“A gente não pode mentir, nem pode enganar a torcida. A torcida precisa saber como o Treze está e realmente como é a situação. Nós temos que ter o pé no chão, se não, nós endividaremos o time. Todos se afastaram e nós estamos tentando refazer o Treze, desde a diretoria até a comissão”, desabafou o presidente.
Apesar das saídas, o presidente disse que não me sentiu abandonado e reconhece que os abnegados chegaram ao limite de investir no Treze e não aguentam mais, pois as saídas também são reflexo da forte crise financeira que assola o Brasil atualmente. “Os empresários temem em dispor dinheiro ao time e não ter retorno. Isso eu não condeno”, explicou Bebeto.
Grupo de empresários x Renúncia
Após o final da última rodada do Campeonato Paraibano, cujo o Treze ficou em terceiro lugar, a imprensa chegou a veicular a informação de que existia um forte grupo de empresários que estaria disposto a levantar uma boa renda financeira para o Treze Futebol Clube montar um elenco forte, para a Série D, e que esta ajuda só viria se o atual presidente, Carlos Alberto, renunciasse o cargo.
Porém, o gestor disse que, ao saber da informação, e pensando no futuro do clube, chegou a colocar o cargo a disposição em uma reunião do Conselho Deliberativo esta semana, mas, a verdade segundo ele, é que não houve manifestação de nenhum interessado em assumir a presidência, como especulava a imprensa.
“Aquele que quiser ser presidente do clube, eu entrego o cargo na hora. Se não aperecer, irei até o fim, com os pés no chão, mas não vou tirar o Treze da Série D. Eu já perguntei se alguém queria e vou ficar, pois não quero ver o time fechar, mas reforço que jogaremos com um time caseiro”, frisou o presidente.
Todos pelo Galo
Pensando na atual crise e ainda na briga por uma boa disputa no Campeonato Brasileiro da Série D, o Treze Futebol Clube pede a ajuda de toda a torcida do Galo da Borborema e o apoio da imprensa paraibana. Além dos planos de sócios torcedores Meu Galo Minha Vida, o time também abrirá planos contribuintes. Mais do que nunca, essa é a hora DO VERDADEIRO TORCEDOR DO TREZE levantar o clube. Apesar do sentimento de decepção, agora não é hora de criticar, julgar ou denegrir a imagem do clube, mas sim, de reconhecer que o Galo precisa da ajuda urgente".
Redação com Ascom
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