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Afastado do UFC, lutador brasileiro ganha a vida como bombeiro

 Quem acompanhou a carreira de Alexandre “Cacareco” nas artes marciais deve ter ficado com a impressão de que, por um ou outro motivo, algo daria errado nos momentos mais cruciais de sua vida esportiva.

 

Foi assim quando se desligou da equipe RTV (Ruas Vale-Tudo), ingressou no mercado japonês de MMA, deixou a BTT (Brazilian Top Team), foi demitido do UFC e, dias depois, expulso da academia Chute Boxe.

 

Com tantos altos e baixos e sem lutar há dois anos, Cacareco revelou em entrevista exclusiva ao R7 que precisava de um tempo parado para repensar sobre seus erros e amadurecer. Acontece que, enquanto isso, as contas não pararam de chegar, e o lutador, já sem patrocínio, se tornou bombeiro civil, profissão que lhe permite continuar dando aulas de jiu-jitsu e luta-livre.






– Eu dou aulas no quartel do conjunto militar, e todos meus alunos são bombeiros. Um dia me convenceram, fiz o curso e passei. É uma rotina tranquila, trabalho dia sim, dia não. Por isso, não atrapalha os meus treinos e as minhas aulas.

 

Intercalando aulas de jiu-jitsu e de luta-livre, modalidades rivais na década de 80 nas quais é faixa-preta, o ex-lutador do UFC busca manter a forma treinando com alunos, o que, de acordo com seus cálculos, o mantém com “uns 40% do meu potencial”.

 

Nada mal, já que, aos 33 anos, o explosivo competidor afirma precisar de apenas 90 dias para estar no ápice da forma física e pronto para encarar qualquer oponente em alto nível. Cenário que pode não estar muito longe de acontecer.

 

– Dei uma repaginada na minha vida e, no momento, treino com amigos e alunos. Não é nada muito profissional, mas voltei a me animar com o esporte. Passei duas semanas em Manaus dando um seminário e percebi que tenho que voltar a lutar. Me animei de novo. Em 2013 vou voltar a treinar forte e a fazer lutas de nível.

 

Repetindo que o período afastado das competições o deixou mais maduro e capaz de rever seus erros, Cacareco revelou ainda que pretende retornar às origens antes de voltar a pisar no octógono. Para isso, nada mais justo do que treinar de novo com quem o levou ao topo do MMA no início da década passada.

 

– Nunca neguei isso a ninguém: meu maior arrependimento foi ter saído da Ruas Vale-Tudo. Tínhamos uma ótima estrutura e, por conta de um patrocinador, me desvirtuei e me afastei do foco que tinha. Quero ver se ainda este ano, eu me reúno com o Pedro Rizzo e com o Beto Leitão para pedir desculpas e pedir que eles me ajudem a treinar de novo. Virei as costas para a luta livre e para alguns amigos. Quando eu era campeão, tudo era fácil…

 

Caso consiga retomar o sucesso em sua carreira, o lutador poderá mostrar as rápidas finalizações que lhe garantiram 17 das 18 vitórias como profissional, em cartel que ainda consta com seis derrotas. A última delas, em novembro de 2010, contra o bielorusso Vladimir Matyushenko, marcou definitivamente sua seus próximos passos no MMA.

 

– Naquela luta eu fui convidado quando faltavam apenas 15 dias para luta. Mas decidi aceitar, já que era um contrato de três lutas. Depois é que veio aquele convite para baixar de peso e lutar com o Toquinho. Não aceitei, não estava bem e ainda passei por problemas pessoais. Mas, repito, nunca tive problema com a minha altura, e continuarei a lutar entre os meio-pesados (93 kg).

 

 

R7

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