O município de São José de Espinharas vai realizar, a partir do dia 8 de agosto, a primeira Copa Rural do lado Oeste do Rio Espinharas. Sete times vão participar da competição que vai homenagear o técnico em segurança do trabalho, Agnelo Moura, falecido em dezembro de 2020, vítima de um câncer no Pâncreas. Ele tinha muitos amigos na região e estes decidiram realizar o campeonato e fazer uma homenagem póstuma. “Ele era meu amigão. Uma pessoa que tinha opinião própria, mas que sabia respeitar a opinião dos outros.
A decisão de homenageá-lo foi unânime”, afirmou Leandro Moura, um dos organizadores do evento.
Segundo Leandro, os jogos vão acontecer aos sábados e domingos, no Assentamento Nova Santana, onde o homenageado residia. Sete equipes vão competir: Cajazeiras FC, Estrela FC, Independente AC, Master Cajazeiras FC, Sport Santa Rita FC, Suécia FC e Veteranos Estrela FC. O regulamento só permite a participação de equipes da Zona Rural do lado oeste de São José de Espinharas-PB. “Tivemos o cuidado de limitar a quantidade de times, pois ainda estamos vivendo um momento difícil por causa da pandemia”, afirmou Leandro.
A família de Agnelo ficou lisonjeada com a consideração e o carinho dos amigos. “Ficamos muito felizes com a homenagem. Agnelo nunca foi bom nos esportes. Ele até tentava, jogou vôley, dava uns chutes na bola de futebol, mas não tinha grande habilidade. Já na arte de fazer amigos ele era mestre. Quando ele partiu o município ficou de luto junto com nossa família. A comoção foi geral. Essa homenagem é a prova do quanto ele era querido e sabia cultivar as amizades”, lembrou o irmão.
A Copa Rural vai presentear os participantes com alguns troféus que levarão o nome de outro espinharense, também já falecido, José Gleydson, vulgo “Melão”. Gleydson era primo de Agnelo e faleceu em 2008, em um acidente de moto na BR 110, em São José de Espinharas.
O homenageado
Agnelo morava no Assentamento Nova Santana, em São José de Espinharas, tinha 39 anos e era Técnico em segurança do Trabalho. Foi servidor público no município e atualmente trabalhava na cidade de Serra Negra do Norte (RN). Era divorciado e tinha uma filha de 15 anos.
Bastante popular na região, Agnelo era reconhecido pela personalidade marcante e opiniões fortes. Era um sonhador e acreditava na política como instrumento de atuação direta na melhoria da qualidade de vida da população de seu município. Ele defendia suas ideias com unhas, dentes e oratória. Por muitas vezes foi mal interpretado e julgado pelo comportamento impulsivo e desafiador.
Era um mestre na arte de fazer amigos. Um ser humano de muita luz, solidário e de um coração gigante. Estava sempre disposto a ajudar quem precisasse, dirigindo, arrumando computadores, disponibilizando seu tempo para escutar e sendo autêntico.
A vida seria rápida para ele, por isso a ânsia de viver e aproveitar cada minuto. Ele não perdia uma farra com amigos, qualquer batida de tambor e acorde de violão ele chegava junto. A habilidade de cantar era parecida com a de jogar bola, quase nenhuma, mas ele não desistia. Vivia embalando a vida com música som e alegria. Era um entusiasta e sua cabeça estava a frente em praticamente tudo, por isso a dificuldade em alinhar pensamentos e ações. Era único e nunca será esquecido.
Assessoria