O Brasil não está na Copa das Confederações, mas não foi por falta de vontade. O técnico Tite está na Rússia, gostou de sentir o clima e deixou claro que adoraria estar disputando o torneio. Como isso não é possível, o comandante da Seleção aproveitará a oportunidade para assistir de perto à final entre Alemanha e Chile, que será disputada neste domingo, na Arena Zenit, em São Petersburgo. Vai dar para tirar uma boa ideia do que espera o já classificado Brasil na Copa do Mundo do ano que vem.
A decisão traz de volta à tona a rivalidade entre Europa e América do Sul. É o "time B" da atual campeã mundial, que deu descanso para as estrelas, contra a força total do atual bicampeão da Copa América. Os alemães, todos jovens e/ou novatos, surpreenderam positivamente na competição e jogam sem pressão. Os chilenos, por sua vez, têm a chance de conquistar o primeiro título internacional da história, mas com a pressão de serem tratados como favoritos pela maior parte da imprensa.
Tite tem a Alemanha campeã mundial de 2014 como inspiração. É verdade que ele não poderá ver nomes como Özil, Müller, Neuer, Boateng, Kroos e Khedira neste domingo. Mas terá a chance de acompanhar de perto a evolução de jovens jogadores que surgem como alternativas para o time titular de Joachim Löw em 2018, como o meio-campista Goretzka e o atacante Timo Werner, além de outros mais conhecidos como Kimmich e Draxler, o capitão e líder desta nova geração. Eles vêm embalados pelo melhor ataque do torneio (11 gols) e a goleada por 4 a 1 sobre o México na semi.
Apesar de não enfrentarem a melhor Alemanha possível, os chilenos acreditam que o jogo é de igual para igual. Por isso, o meio-campista Vidal acha que é justo um "prêmio" em caso de vitória.
– Demonstramos quando ganhamos os dois campeoantos. Ganhamos da Argentina, outro dia de Portugal, e agora poderemos ganhar daquela que considero a melhor seleção do mundo. Todas as finais são diferentes. Se ganharmos, seremos o melhor time do mundo. Pois aqui na Copa das Confederações estão os campeões de todo o planeta – disse Vidal.
O Chile tem um time experiente, com a mesma base bicampeã da Copa América, onde Vidal e Alexis Sánchez são os grandes destaques. Outro destaque é o goleiro Claudio Bravo, que brilhou na semifinal ao defender todas as três cobranças de Portugal. Seria um motivo para a Alemanha não querer ir para as penalidades?
– Não, claro que não tenho medo de pênaltis. Por que teria? O Chile tem ótimos jogadores nesse quesito, e o Claudio Bravo defendeu três cobranças e é muito bom. Mas é claro que vamos tentar evitar isso e decidir a partida antes – afirmou Löw.
Os dois se enfrentaram na fase de grupos e empataram por 1 a 1, gols de Sánchez e Stindl. Nenhum dos lados ficou muito satisfeito com esse resultado. A Alemanha acabou levando a melhor por ter passado às semifinais no primeiro lugar do Grupo B.
Ronaldo "em campo" e polêmica com o gramado
Além de Tite, outra gigantesca figura brasileira estará no estádio. Convidado especial da Fifa, Ronaldo Fenômeno levará o troféu da Copa das Confederações na festa de encerramento. Campeão em 1997 com a seleção brasileira, o ex-camisa 9 entrará no gramado da Arena Zenit com a taça da competição antes do início do duelo entre Chile e Alemanha.
– Estou muito feliz de voltar à Copa das Confederações. Mas, mais importante, é bom voltar à Rússia e ver tudo funcionando tão bem com o campeonato. Eu não tenho dúvidas que o país vai organizar uma Copa do Mundo incrível no ano que vem – disse o Fenômeno.
O ponto polêmico é o gramado da Arena Zenit. Alvo de críticas principalmente de Cristiano Ronaldo, ele foi preservado pela Fifa: as duas seleções, que ainda não jogaram em São Petersburgo, foram impedidas de treinar no local na véspera da final. A torcida é para que o gramado se recupere a tempo e que possa facilitar o espetáculo do futebol.
Escalações prováveis:
Alemanha: Ter Stegen, Kimmich, Mustafi, Rüdiger e Jonas Hector; Emre Can, Rudy, Goretzka, Draxler e Stindl; Werner. Técnico: Joachim Löw.
Chile: Bravo, Isla, Medel, Jara e Beausejour; Marcelo Díaz, Aránguiz, Hernández e Vidal; Alexis Sánchez e Eduardo Vargas. Técnico: Juan Antonio Pizzi.
Globo Esporte
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