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ASPIARAI AOS DONS MAIS ELEVADOS

ASPIRAI AOS DONS MAIS ELEVADOS (I Cor 12,31)

Inicia-se a segunda leitura desse quarto domingo do tempo comum, no calendário da Igreja, com esta exortação do apóstolo Paulo: “Aspirai aos dons mais elevados…”

Quais são esses dons mais elevados? Na conclusão do texto proposto está a resposta: fé, esperança e caridade. As virtudes teologais. Mas a maior dela é a caridade.

Quem de nós será capaz de viver em plenitude este dom?

Nós não precisamos de um parecer científico, médico, psicológico, para descobrir que somos imperfeitos, limitados, fracos. A própria Bíblia nos adverte: “Quando vier o que é perfeito, o imperfeito desaparecerá.” I Cor 13,10.

Então, como viver a caridade?

Primeiro devemos lembrar que é um dom. Não é fruto de meros esforços pessoais, não é conseqüências de méritos, mas dom Daquele que nos amou primeiro.

Depois temos de conhecer, ser amigo, ser íntimo do doador. Quem é o doador deste dom? De um modo geral Deus, especificamente o Espírito Santo. “O amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado.” Rom 5,5.

Muito nos ajudará na vivência deste dom termos aquela experiência do amor de Deus que teve o profeta Jeremias (I leitura: Jr. 1,4-5.17-19: “Antes de formar-te no ventre materno, eu te conheci…farão guerra contra ti, mas não prevalecerão, porque Eu estou contigo para defender-te.”

A graça de Deus nos dá uma luz sobrenatural, um conhecimento e sabedoria superior que é a fé que nos permite entrever, embora obscuramente, aquilo que olhos, ouvidos, inteligência humana não podem captar plenamente. O amor operante de Deus em nós, através de nós, em nosso meio, a experiência desse amor. “Provai e vede como o Senhor é bom” (Sl. 33,9). E assim vamos sendo sempre mais capacitados para amar.

Mas, nunca esqueça, nesta dinâmica, somos aprendizes. Erramos, caímos, ferimos a caridade. Que prevaleçam os acertos e que eles se estendam sempre mais. Muitas vezes cobramos do outro a vivência radical deste dom, mas somos muito condescendentes conosco mesmo. Para nós temos tantos descontos, justificativas. Para os outros dedos em riste, exigências.

Compraz-nos cantarmos “Senhor fazei-me instrumento de vossa paz… que eu procure mais, amar que ser amado, compreender que ser compreendido…”, mas a práxis nem sempre condiz com a prédica ou a canção.

Facilmente anelamos pelos dons que dão mais publicidade: milagres, curas, libertações, profecias, ciência, etc. Pior ainda se nem por eles anseia nosso coração. A apatia, o desconhecimento do que temos da provisão do Espírito Santo, seus dons, carismas e frutos, empobrece nossa existência.
O Evangelho de hoje continua a cena na sinagoga de Nazaré, com Jesus, o ungido para evangelizar, curar, libertar e anunciar o ano da graça do Senhor. Mas o desenlace de hoje foi contrário a Jesus. (Lc 4,21-30).

Os seus o rejeitaram. “Nenhum profeta é bem recebido em sua pátria…” Assim como aconteceu com Elias e Eliseu que encontrou resistências entre os seus, também já aí quiseram matar Jesus. Com considerações, humanas, carnais, eles não acolheram o mistério da encarnação do Deus amor. “Deus amou tanto o mundo que enviou o seu filho unigênito para que não pereça todo que nele crer, mas possua a vida eterna” Jo 3,16.
Sem abertura ao amor gratuito de Deus, não amaremos ao próprio Deus, ao próximo nem a si mesmo.

 


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