Usain Bolt abre distância e olha para os lados quando ainda faltam cerca de 50 m. A vitória é dele, e ele sabe. Então, diminui o ritmo, o suficiente para ganhar sem dar chance aos rivais, fazer a melhor marca dos 200 m no ano e conquistar sua sétima medalha de ouro na história dos Mundiais de Atletismo. Foi assim que ele levou, na tarde deste sábado, mais um ouro para a Jamaica diretamente de Moscou.
O "raio", melhor velocista de todos os tempos, venceu os 200 m rasos com 19s66, a melhor marca de 2013. Diferentemente de Londres-2012, não terá ao seu lado no pódio apenas jamaicanos: a prata ainda ficou para o país caribenho, com Warren Weir, que fez 19s79 (ele foi bronze em Londres), mas o bronze ficou com o americano Curtis Mitchell, que marcou 20s04.
A quarta posição ficou com a Jamaica, com Nickel Ashmeade, que fez 20s05. Em Londres, a prata havia ficado com Yohann Blake, que não compete em Moscou devido à lesão.
"Diminui o ritmo porque senti as penas cansadas, e é nessa hora que as lesões acontecem", disse Bolt após a conquista, ao SporTV.
O ouro de Bolt, conquistado novamente com direito à sorrisos e desaceleração no meio da prova, o deixa mais perto dos recordistas de ouro em Mundiais: os americanos Carl Lewis e Michael Johnson – ambos tem oito.
Só que Bolt, ainda em Moscou, competirá no revezamento 4×100 m, no qual também é atual campeão mundial, olímpico e recordista mundial. A prova ocorre no próximo domingo, com eliminatórias às 9h45 e a final às 11h40.
Porém o recorde já podia ser de Bolt: em 2011, ele queimou a larga na final dos 100 m e ficou sem medalha. Caso tivesse corrido e, como de usual, vencido, ele já teria igualado os americanos e correria no domingo pela liderança absoluta na quantidade de ouros.
Além dos 100 m e dos 200 m em Moscou, ele venceu o revezamento 4×100 m em Daegu-2011 e Berlim-2009, os 100 m em Berlim e os 200 m também nas duas competições.
E no Rio, em 2016, ele correrá por novas marcas históricas? É provável: "Está ficando difícil bater os recordes, já que estabeleci um padrão alto. Acho difícil chegar para bater recorde no Rio, mas estarei forte lá", finalizou. O Brasil espera a lenda daqui três anos.
Uol