Faltava só uma vitória para Andreia Bandeira tornar-se a segunda mulher brasileira a conquistar uma medalha no boxe, mas a vitória na estreia, contra a panamenha Atheyna Bylon, já havia mostrado que o caminho não seria fácil. Nesta quarta-feira, a brasileira enfrentou Li Qian, da China, e perdeu por decisão unânime com 3 a 0 (triplo 40-36), nas quartas de final da Olimpíada Rio 2016. Com o resultado negativo, o Brasil encerra a sua participação no boxe na competição. Nesta terça-feira, Robson Conceição conquistou o primeiro ouro olímpico do país na história da modalidade.
O resultado, no entanto, não foi capaz de tirar a felicidade da brasileira. Ciente de que deixou tudo o que poderia ter deixado no ringue, Andreia disse que deixa a Olimpíada do Rio 2016 com a sensação de dever cumprido.
– Fico feliz com o que fiz na Olimpíada. Acredito que fui até onde dava e o importante é que dei o meu melhor. Não veio a medalha, mas tenho certeza que foi um grande resultado para o boxe feminino brasileiro. Espero que a geração que está chegando consiga evoluir ainda mais na próxima Olimpíada e certamente teremos resultados mais representativos.
O público, claro, não era tão grande quanto na final de Robson Conceição ontem, mas os brasileiros presentes fizeram muito barulho já antes de o confronto começar.
Andreia começou jogando no erro de Li. Ela esperava a chinesa atacar, para entrar com sua combinação terminando no overhand de direita, mas Li possui envergadura muito maior e andou para a frente, trabalhando bastante os jabs para controlar a distância na primeira parcial.
Andreia levantou a torcida ao encaixar duas combinações de jab e direto no segundo round. A torcida gritava seu nome e ela passou a caminhar mais para a frente. Li era pouco ativa e jogava muitos jabs no vazio, apenas para marcar a distância e manter a rival fora do raio de ação.
Li voltou para o terceiro assalto com atuação mais efetiva. Se movimentou mais, circulou e usou bem os contragolpes por cima dos cruzados da brasileira. Andreia teve mais dificuldade para encurtar a distância e aparentava mais cansaço, enquanto a chinesa demonstrava boa forma física.
Era tudo ou nada para Andreia. Os três juízes marcavam 30 a 27 para a chinesa. A brasileira mostrou coração e passou a perseguir a oponente pelo ringue. Mais aberta, golpeava e era golpeada. As duas trocaram socos de forma franca, mas pesou a qualidade técnica de Qian Li.
– Acredito que fiz boa luta, mas errei muito no terceiro round. Errei a base e isso foi fatal, pois ela cresceu no combate e acabou vencendo. Boxe é detalhe. Se errar, certamente vai acabar perdendo a luta e foi o que aconteceu – explicou Andreia Bandeira.
Globo Esporte
Foto: REUTERS/Peter Cziborra
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