A seleção brasileira venceu o Chile por 1 a 0 nesta quinta-feira (2), pela nona rodada das Eliminatórias da Copa do Mundo do Qatar. O gol foi marcado por Everton Ribeiro aos 18 minutos do segundo tempo, no Estádio Monumental de Santiago.
Desfigurado em razão de 12 cortes de jogadores nas últimas semanas, o time comandado por Tite teve má atuação no primeiro tempo e só reagiu na etapa complementar com as entradas de Everton Ribeiro e Gérson. Até três meses atrás, ambos atuavam lado a lado no Flamengo — junto com Gabigol, outro que teve boa atuação no Chile. Foi uma vitória com toque rubro-negro que mantém o aproveitamento de 100% do Brasil nas Eliminatórias em sete jogos.
No domingo (5), os times jogam a quinta rodada das Eliminatórias, que devia ter acontecido em março e foi adiada pela pandemia. O Brasil enfrenta a Argentina na Neo Química Arena, em São Paulo, às 16h, e o Chile joga duas horas mais tarde fora de casa, contra o Equador.
O Brasil só foi capaz de juntar os cacos e vencer o Chile porque teve um goleiro que segurou as pontas no pior momento brasileiro no jogo. Weverton foi crucial para salvar uma cabeçada de Vargas e em outras tentativas mais agudas do Chile quando o Brasil estava desnorteado. Mesmo sem Alisson e Ederson, a posição de goleiro não é problema na seleção.
O “falso Neymar” que foi a campo em Santiago estava irreconhecível. Errou até mesmo na jogada que gerou o gol do Brasil, pois Everton Ribeiro só teve a chance de marcar porque antes o camisa 10 perdeu cara a cara com Bravo. Neymar estava em muitas rotações abaixo do que está acostumado a jogar. Mais lento, meio disperso, errando passes, arrancadas e dribles. O craque estava uma negação e mesmo assim não foi substituído.
O Brasil terminou os primeiros 48 minutos com só 38% de posse de bola, e esse número traduz o desempenho pobre. Tite foi além da troca de peças por causa dos desfalques. Alterou também o posicionamento e sair com 0 a 0 trouxe uma sensação de lucro. Por que? O lado direito da seleção foi praticamente inexistente. Não houve diálogo entre o lateral Danilo e o atacante que ocupou o setor pela ponta: Gabigol. Defensivamente, houve muito espaço para os alas chilenos — Isla na direita e Mena na esquerda, ambos conhecidos do futebol brasileiro. Como Vini Jr virou, com dificuldade, assistente de Alex Sandro na lateral-esquerda e ficou a léguas de distância de Neymar para a puxada do contra.
Acostumado a fazer substituições no intervalo, Tite repetiu a regra com Gérson e Everton Ribeiro nas vagas de Bruno Guimarães, que tinha cartão amarelo, e Vini Jr. O desempenho da equipe foi subindo aos poucos baseado numa maior ocupação de espaços no meio e no ataque, inclusive com os jogadores que ficaram presos no primeiro tempo, a exemplo de Danilo. A jogada do gol foi uma construção do lateral-direito concluída por um dos que entraram no intervalo. Para além disso, o Chile sofreu uma queda física depois de um primeiro tempo de tanto domínio e não conseguiu mais criar com o mesmo volume. Esse mix de mudanças certeiras e Chile pregado com necessidade de reagir fez o jogo mudar.
O gol da seleção brasileira saiu aos 18 minutos do segundo tempo. Danilo avançou pela direita e tocou no meio, onde Neymar bateu para defesa de Bravo. No rebote, posicionado como centroavante, Everton Ribeiro bateu no cantinho.
Uol
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