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Comitê de Ética da Fifa declara Copas de 2018 e 2022 livres de corrupção

 O inquérito que investigou as acusações de corrupção nas candidaturas e no pleito para a escolha das sedes da Copa do Mundo de 2018 e 2022 considerou que ambas as edições do Mundial de futebol estão livres de problemas. Nesta quinta-feira, um relatório foi divulgado com o resultado de dois anos de investigações. A Fifa comemorou em uma nota oficial e disse que está "ansiosa" por continuar o trabalho com Rússia e Qatar.

 

"A Fifa saúda o fechamento alcançado. Assim como agora olha para frente e espera continuar os preparativos para a Rússia 2018 e Qatar 2022 que já estão em andamento", comemorou a entidade logo após a divulgação do resultado.

 

Segundo o comunicado oficial, as vitórias de Rússia e Qatar para sediar as Copas de 2018 e 2022 estão em dúvida desde 2010, ampliando a polêmica em 2012 com uma reportagem do jornal inglês Sunday Times. A publicação denunciou suborno por parte da campanha qatari. A partir daí, ainda segundo o texto, o Conselho de Ética da Fifa iniciou uma investigação em que ouviu representantes de todas as candidaturas, membros do Comitê Executivo da Fifa e outros integrantes da entidade.

 

"O presidente da câmara do Comitê de Ética da FIFA considera que a investigação sobre o processo de licitação foi conduzida em plena conformidade com as disposições pertinentes dos códigos de ética da FIFA", resume o relatório.

 

"Segundo as investigações, a Câmara Decisória do Comitê de Ética da Fifa considerou que as evidências disponíveis não são suficientes para embasar qualquer indício de conduta errada da campanha da Rússia 2018 ou de qualquer indivíduo envolvido para comprometer a integridade do processo de votação das Copas de 2018/2022", aumentou.

 

A candidatura do Qatar enfrentou diversas acusações de corrupção, mas um relatório de 42 páginas assinado por Hans Joachim Eckert, um especialista independente contratado pela Fifa, não as comprovou, de acordo com a BBC. Ele estudou todas as candidaturas e não encontrou provas de problemas com o país e com a votação realizada em 2010.

 

"No que diz respeito às investigações sobre a campanha do Qatar 2022, há certos indícios de potencial conduta problemática de alguns indivíduos específicos sob o ponto de vista das regras do Código de Ética da Fifa. (…) Apesar disso, o presidente da Câmara Decisória do Comitê de Ética da Fifa chega à conclusão que fatos potencialmente problemáticos e circunstâncias identificadas pela investigação sobre a campanha do Qatar 2022 não comprometeram, de maneira nenhuma, a integridade do processo de votação das Copas de 2018/2022", definiu.

 

O relatório de investigação chega a citar um amistoso entre Brasil e Argentina realizado em novembro de 2010 em Doha e financiado por uma empresa do Qatar. Segundo o texto, uma associação de futebol do país teria apoiado a realização do evento em troca de outro tipo de apoio, inclusive fazendo pagamentos à Federação Argentina de Futebol. A investigação, porém, concluiu que esta associação não tinha nenhuma relação com a candidatura do Qatar para a Copa de 2022.

 

Por outro lado, a conduta da Inglaterra para receber uma edição da Copa foi considerada problemática. Segundo Eckert, os ingleses se comportaram de forma antiética na sua campanha, tentando barganhar favores com o ex-vice-presidente da Fifa, Jack Warner – ele deixou a entidade em 2011, em meio a acusações e suborno.

 

O relatório final ainda critica o processo de votação das sedes das Copas de 2018 e 2022. Chama o sistema utilizado de "exaustivo" e diz que o fato de escolherem-se duas sedes ao mesmo tempo facilita qualquer tipo de negociação de votos por parte dos membros votantes da Fifa. No entanto, o relatório aponta que, apesar de haver indícios de troca de votos no pleito do dia 2 de dezembro de 2010, o Comitê de Ética não obteve nenhuma evidência conclusiva de fraude.

 

Por fim, o relatório dá sugestões à Fifa de como devem ser os pleitos para sedes das próximas Copas do Mundo. Entre as mudanças propostas pelo Comitê de Ética estão a proibição de membros votantes da entidade visitarem os países candidatos, regras mais rígidas na escolha das pré-candidatas e o limite de no máximo três finalistas por pleito.

 

UOL

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