Está duro para a Argentina engolir a derrota para o Brasil na semifinal da Copa América. Em nota enviada na tarde desta quarta-feira à Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), a Associação de Futebol Argentina (AFA), entidade que rege o esporte no país vizinho, fez duras críticas ao momento que vive o futebol no continente e reclamou da arbitragem da partida da última terça. Claudio Tapia, presidente da AFA assina o documento enviado a Alejandro Domínguez, o mandatário da Conmebol. A indignação não ficou restrita ao juiz do jogo do Mineirão. Os argentinos disseram também reprovar a falta de organização do torneio, o esquema de segurança, a qualidade dos gramados, a presença de Jair Bolsonaro no campo do Mineirão durante o intervalo da partida e ainda questionaram os princípios éticos e a transparência da entidade.
“O que aconteceu ontem merece uma profunda reflexão, que põe em dúvida que estão sendo observados os princípios de ética, lealdade e transparência que você invoca repetidamente”, escreveu Tapia na nota, ironizando o discurso de Alejandro Domínguez desde que assumiu a presidência da Conmebol, em janeiro de 2016.
A AFA já havia feito uma reclamação sobre a escolha do árbitro Roddy Zambrano antes da partida contra o Brasil. Os “antecedentes negativos” do juiz equatoriano, segundo a nota, se repetiram durante a semifinal: o juiz não teria marcado dois pênaltis claros para a Argentina. “A seleção nacional foi claramente prejudicada pelo corpo arbitral encabeçado por Roddy Zambrano durante o jogo, e em particular pela não utilização do VAR em duas jogadas concretas que teriam, sem dúvidas, revertido o resultado final”.
Os argentinos dizem que os problemas da arbitragem e de falta de segurança atingiram todas as seleções que disputaram a Copa América. Segundo ele, todos “menos o Brasil”, é claro. A grita atingiu até o presidente da República. “Concretamente, a imprudência na designação arbitral gerou um inevitável ambiente prévio ao encontro, agravado pela presença do presidente do Brasil Jair Bolsonaro no estádio Mineirão, de Belo Horizonte, que não passou inadvertidamente aos jogadores, dirigentes e público em geral, já que foram evidentes suas manifestações políticas durante o desenvolvimento do jogo, não podendo deixar de mencionar que no intervalo ele deu uma verdadeira volta olímpica pelo estádio”, reclamou Claudio Tapia.
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