Sabe carro velho? Daqueles que engasgam um pouco antes de pegar no tranco? A Espanha, pelo menos na Copa do Mundo da África do Sul, é assim. Nesta segunda-feira, todos os espanhóis devem estar torcendo para que na terceira partida, o time engrene. Porque, depois de duas partidas no Mundial, o favorito ainda não apareceu.
Nesta segunda, a equipe venceu Honduras por 2 a 0. É verdade que está em situação confortável para se classificar para as oitavas de final. Mas o futebol que encantou o mundo na Eurocopa ainda não apareceu.
Com três pontos e um saldo de gols superior, o time precisa vencer o Chile na sexta-feira para se classificar. Já os sul-americanos, que venceram a Suíça nesta manhã e chegaram a seis pontos na chave, agora precisam ao menos empatar contra os atuais campeões europeus para ir para a próxima fase – ou então torcer contra uma vitória Suíça por diferença grande de gols contra a já eliminada Honduras.
Quem vê a situação espanhola após o jogo não imagina o quanto a Fúria sofreu. A analogia do carro velho funciona perfeitamente. Aos 17 minutos, Villa marcou um dos gols mais bonitos da Copa do Mundo. Recebeu na entrada da área, driblou dois jogadores com um só toque, passou por outro marcador e chutou no ângulo.
Depois, o carro engasgou. E o motivo foi Fernando Torres. Claramente sentindo falta de ritmo de jogo e inquieto pela falta de gols, ele perdeu chances claras. No primeiro tempo, por exemplo, errou uma cabeçada e um chute na cara de Valladares. No segundo, nem isso – foi substituido por Matta no meio do período final.
Mas, se a referência não funciona, pelo menos o coadjuvante assumiu o papel de protagonista. Tudo bem que Villa não é exatamente um coadjuvante. Entre os jogadores do time de Del Bosque, ele é quem mais marcou gols com a camisa espanhola. Já são 40 gols em jogos oficiais, contra 24 de Torres.
Com mais liberdade do que na estreia, contra a Suiça, ele caiu pela esquerda e fez a festa. Antes do primeiro gol, já tinha feito ao menos duas boas jogadas, criando chances de gol. No segundo tempo, fez o 2 a 0, com chute de fora da área, que desviou em um rival. E ainda perdeu um pênalti, que não vai fazer falta se o time vencer, também, o Chile.
Quem também foi bem foi o setor direito do time espanhol. Sergio Ramos e Jesús Navas se entenderam como se jogassem juntos. A cada ataque, um dos dois ultrapassava, recebia na frente dos rivais hondurenhos, em condição de cruzamento.
Apesar dos flashes de bom futebol, a Espanha segue devendo. Quem sabe se, contra o Chile, quando o time deve ser atacado, a história não muda. Até lá, o rótulo de amarelão da equipe em Copas do Mundo vai continuar valendo.
UOL