Duas seleções que sempre estão entre as favoritas estreiam nesta segunda-feira (14) na África do Sul. Uma é tetracampeã mundial. A outra é uma eterna promessa. Itália e Holanda mais uma vez aparecem entre os principais cotados a ficar com o título, mas estão longe de ser unanimidade entre os favoritos, casos de Brasil e Espanha, por exemplo.
Para os holandeses, chegar a uma Copa entre os favoritos é sinônimo de fracasso. Para os italianos, chegar sem a confiança da torcida é sinônimo de sucesso.
As boas campanhas da Itália, porém, geralmente não são representadas por placares folgados e futebol bonito. Não. O que levou a Itália a conquistar quatro taças foi o futebol de resultado, feio, brigado, que seria alvo de críticas no Brasil mesmo após os títulos.
Há tempos não se vê (se é que já se viu) uma seleção italiana que seja mais lembrada pela beleza das jogadas em campo do que dos atletas, que estão geralmente entre os musos dos Mundiais e raramente entre os melhores jogadores.
Exemplo claro é que o destaque do time campeão do mundo em 2006 (na decisão por pênaltis) foi um zagueiro, o capitão Fabio Canavarro, eleito pela Fifa o melhor jogador do Mundial. Nem Del Piero e muito menos Totti, que tinham tudo para brilhar, chegaram perto de encantar.
Em 2010 o enredo parece ser o mesmo. Sem os dois armadores, agora aposentados da seleção, a nova geração italiana ainda é liderada por boa parte do time de quatro anos atrás. Buffon, Cannavaro, Camoranesi, Gattuso e Pirlo tentam levar a equipe italiana a vencer e convencer na África.
A desconfiança é tão grande que o técnico Marcelo Lippi, o mesmo da Copa da Alemanha, teve que defender seu elenco de “velhinhos” em entrevista ao site da Fifa. Ele negou que o time seja fraco.
– Temos jogadores velhos, mas idade não significa decadência. Significa experência, carisma.
Situação bem diferente vive a Holanda, que desde 1974 mostra craques, futebol vistoso mas de pouco resultado. O time de 74, por exemplo, era formado basicamente por jogadores do Ajax, que venceu as edições de 1971, 72 e 73 da Copa do Campeões da Uefa. Mostrou ao mundo um esquema tático chamado “carrossel holandês”, desenvolvido anos antes pelo romeno Stefan Kovacs no Ajax e que Rinus Michels aperfeiçoou naquela Copa, quando os holandeses eram liderados por Cruiff dentro de campo. Muita festa, jogo bonito e a “Laranja mecânica”, como foi apelidado o time, parou na forte Alemanha na final.
De lá pra cá esteve em outra final (de 1978, quando foi derrotada pela Argentina), e em uma semifinal (de 1998, quando perdeu nos pênaltis para o Brasil). Revelou astros como Gullit, Van Basten, Bergkamp, Overmars, entre outros, mas não consegue passar disso. Na Alemanha, em 2006, ficou apenas na 11ª posição.
Em 2010 o time está novamente entre os mais elogiados. Há quem o coloque entre os três melhores, ao lado de Brasil e Espanha. Conta com estrelas como Robben, Sneijder e Van Persie. A pergunta é: será que desta vez vai?
R7