A Fifa aguarda a conclusão da perícia na área do acidente no Itaquerão para definir se o estádio vai ser o palco de abertura da Copa do Mundo de 2014. Dependendo do laudo e das considerações técnicas, legais e financeiras por parte dos organizadores, a entidade pode acionar um plano B.
Fontes ligadas à organização da Copa confirmaram com exclusividade ao jornal O Estado de S. Paulo que a Fifa não quer mais correr riscos e, se a constatação for de que os danos são graves, impedindo a implantação das arquibancadas móveis que aumentariam a capacidade do estádio, a entidade pode levar a abertura para uma das arenas já prontas e que foram usadas na Copa das Confederações. Rio de Janeiro e Brasília seriam as primeiras opções, com Belo Horizonte também podendo entrar na briga. São Paulo ficaria apenas com jogos menores e sem a presença do Brasil.
Oficialmente, a Fifa deixou claro nesta quinta-feira que ainda não garante o estádio do Corinthians. Uma decisão será tomada na semana que vem, depois que o informe detalhado seja concluído sobre os estragos causados pelo acidente que matou duas pessoas em Itaquera. Outro motivo de apreensão é uma eventual ordem pelo Ministério Público de suspensão das obras.
"Ainda é prematuro fazer qualquer avaliação detalhada sobre a situação da arena Corinthians, já que ainda estamos esperando um informe técnico para sermos capazes de avaliar a escala dos estragos", indicou a entidade em um comunicado. Questionada se a Fifa garantia São Paulo na abertura, a assessoria de imprensa apenas informou: "Falaremos na semana que vem".
Apesar de já vender entradas para os jogos e ter um calendário publicado, a Fifa admite que mudanças podem ocorrer. Fontes ligadas aos organizadores relatam que a mudança, em termos operacionais, não seria impossível nem afetaria o gramado dos demais estádios. A abertura ocorre no dia 12 de junho. Mas tanto o Maracanã quanto o estádio de Brasília só entram na Copa no dia 15, o que daria tempo suficiente para permitir que um desses dois estádios também recebesse a abertura.
Quanto à semifinal em São Paulo, tanto Brasília quanto o Rio de Janeiro poderiam acolher o jogo sem que isso represente um esforço extra para o gramado. Caso esse cenário acabe se confirmando, São Paulo ficaria apenas com quatro jogos dos 64 da Copa. Eles seriam três da primeira fase e que exigiriam uma capacidade bem mais reduzida que um jogo de abertura ou semifinal. A cidade ainda poderia manter um dos jogos das oitavas de final, no dia 1º de julho.
ARQUIBANCADAS – O centro das atenções da Fifa está na instalação das arquibancadas móveis, o que garantiria o número de lugares (62 mil) para entrar nos critérios da entidade para um jogo de abertura e uma semifinal. Se o dano constatado for importante ou os atrasos acabem sendo significativos, uma opção seria a de abandonar as arquibancadas móveis.
Quanto aos ingressos já vendidos, fontes dos organizadores do Mundial estimam que a operação também não seria das mais complicadas caso haja mudanças. Quem obteve o ingresso poderia usá-lo no outro estádio ou ser ressarcido se optar por não viajar.
Nos bastidores, fontes da organização confirmam que o impacto da perda de São Paulo na abertura da Copa seria profundo e existe uma forte pressão para que a cidade não seja excluída das grandes partidas. Segundo a Fifa, uma avaliação sobre o destino do estádio e sua utilização no Mundial só ficará pronta na semana que vem, quando o Comitê Organizador da Fifa se reunirá na Costa do Sauipe, na Bahia, para o sorteio dos grupos da Copa, marcado para a próxima sexta-feira.
Portal A Tarde
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