A última rodada da Taça Guanabara, quando atuou com seus reservas e fez 5 a 3 na Cabofriense, foi um indício do que poderia acontecer nesta quarta-feira. Com tranquilidade, principalmente no segundo tempo, o Flamengo conseguiu aumentar sua vantagem na disputa com o time da Região dos Lagos por uma vaga na final do Campeonato Carioca. Com uma vitória por 3 a 0 no jogo de ida das semifinais, nesta quarta-feira, no Maracanã, o time só será eliminado da competição em caso de derrota por quatro gols de diferença no confronto de sábado, às 18h30m (de Brasília), no mesmo local. Se o rival vencer por três gols, a decisão será nas cobranças de pênaltis. Vasco e Fluminense iniciam nesta quinta-feira a disputa para definir o outro finalista.
Everton, Paulinho e Alecsandro marcaram os gols do jogo. Com a vantagem conquistada, o Flamengo abriu caminho para uma classificação tranquila para a final do Carioca. Mais do que isso, a chance de aumentar o foco na preparação para o confronto com o Emelec-EQU, dia 2 de abril, pela Grupo 7 da Taça Libertadores, quando precisa de um bom resultado para se manter vivo na competição.
Depois do jogo, o volante Amaral evitou dar a parada como resolvida.
– O espírito é de seriedade sempre. A Cabofriense tem seus méritos, não é uma equipe boba. Entramos focados, mas são 180 minutos. Agora é descansar – disse o flamenguista.
No lado da Cabofriense, porém, o clima era de terra arrasada.
– A gente teve chances no primeiro tempo e não marcou. O Flamengo teve uma e fez. Veio para o segundo sem compromisso e marcou mais dois. Parabéns ao Flamengo, está na final – declarou o lateral-esquerdo Leandro.
O Flamengo entrou em campo com mudanças na escalação. O técnico Jayme de Almeida barrou Muralha e Gabriel para as entradas de Márcio Araújo e Paulinho. Além disso, precisou colocar Digão na lateral direita, já que Léo Moura e Léo estão machucados. Na esquerda, João Paulo foi o substituto do também lesionado André Santos. Luiz Antonio ainda iniciou o jogo no lugar de Elano, em recuperação de uma lesão na coxa direita.
Preocupada depois da derrota por 5 a 3 no domingo, a Cabofriense iniciou o jogo mais recuada. O Flamengo pressionou e logo aos dois minutos João Paulo obrigou o goleiro Cetin a fazer boa defesa. No entanto, quem levou perigo mesmo foi a Cabofriense. Em contra-ataque, Eberson cruzou da esquerda, Tijolo dominou e acertou uma bomba na trave esquerda de Felipe, aos 11.
O susto acordou o Flamengo e, com isso, o gol saiu. Márcio Araújo arrancou pelo meio e tocou para João Paulo aberto pelo lado esquerdo. Ele cruzou na cabeça de Hernane, que não marcou por muito pouco. A bola bateu na trave e sobrou para Everton abrir o placar aos 17 minutos de jogo, em um Maracanã às moscas, com apenas 3.625 pagantes e renda de R$ 171.070,00.
Em desvantagem no marcador, a Cabofriense não se intimidou. Eberson apareceu livre pelo lado esquerdo, entrou na área e Felipe precisou se esforçar para salvar o Flamengo, aos 28. O goleiro trabalhou mais uma vez no primeiro tempo, e fez um milagre em chute de Jardel na pequena área, aos 39.
O Flamengo só voltou a assustar com uma cobrança de falta de Luiz Antonio no travessão, aos 42. Hernane ainda ficou com o rebote, mas não conseguiu se equilibrar para finalizar e acabou desperdiçando uma boa chance de aumentar o marcador no fim do primeiro tempo.
O Flamengo voltou para o segundo tempo com o argentino Lucas Mugni no lugar de João Paulo, que sofreu com vaias no primeiro tempo e saiu machucado. Everton passou a jogar como lateral-esquerdo, função que exerceu na conquista do Campeonato Brasileiro de 2009 com o clube.
Vaias para o Brocador
Mugni não precisou sequer participar de forma efetiva do jogo para o Flamengo aumentar a vantagem no placar. Digão carregou a bola livre pelo meio do campo e tocou para Hernane, que deixou de calcanhar para Paulinho dominar e chutar com categoria no canto esquerdo de Cetin: 2 a 0, aos cinco minutos do segundo tempo.
O Flamengo começou a administrar o jogo e não deu chances para a Cabofriense. Com a vitória praticamente assegurada, a busca de Hernane por um gol não cessou. O jogador, no entanto, não conseguiu seu objetivo e ouviu a reclamação da torcida. Saiu de campo entre vaias e aplausos aos 28 minutos, substituído por Alecsandro, que em seu primeiro toque na bola fez o terceiro gol, completando de cabeça uma cobrança de escanteio de Paulinho. Foi o 10° gol do atacante no Campeonato Carioca, igualando Edmílson, do Vasco, fechando o placar e encaminhando a classificação rubro-negra para a decisão.
G1