Pressionado após três rodadas sem vitórias no Brasileirão, o Flamengo foi ao Estádio da Serrinha, em Goiânia, e fez o que se esperava nesta segunda-feira: venceu o Goiás por 3 a 0. Ainda longe de ter sido uma atuação de encher os olhos, o resultado, ao menos, devolve a equipe de Rogério Ceni à disputa pelo título. Os gols rubro-negros foram marcados por Arrascaeta Gabriel e Pedro.
Subindo aos 52 pontos, o Flamengo é, agora, o quarto colocado do Brasileirão, com cinco ponto a menos que o líder São Paulo. O Rubro-Negro, por sua vez, ainda tem uma rodada atrasada a disputar. Já o Goiás segue com 26 pontos, em 18º lugar. A distância para o Fortaleza, o primeiro time fora do Z4, é de seis.
Com Gerson suspenso, Rogério Ceni optou por escalar Diego ao lado de Arão. A entrada do camisa 10, contudo, não foi a única mudança no setor ofensivo, que só havia feito um gol nos três jogos anteriores. Gabigol voltou, no lugar de Pedro, e Arrascaeta deixou a ponta esquerda, aparecendo mais próximo à área adversária. Essa sim foi a principal novidade no Flamengo na primeira etapa.
Buscando o jogo e sem medo de arriscar, o uruguaio abriu o placar depois de 41 minutos de controle do Fla. O lance, que teve boa participação e assistência de Diego, terminou com a finalização de Arrascaeta desviada em David Duarte, acabando com as chances de Tadeu. Antes, o goleiro do Goiás já havia sido vencido por Gabigol duas vezes, mas, em ambas, o impedimento foi marcado.Gabigol, na terceira chance, e Pedro ampliam
Apesar do domínio e das mudanças positivas no ataque, o Flamengo não deu ao uma intensidade capaz de tornar a partida incômoda para o Goiás. Sem outra alternativa a não ser buscar o resultado na volta do intervalo, o técnico Glauber Ramos fez três mudanças antes dos 10 minutos. Ao abrir mão da formação com dois centroavantes – Fernandão foi substituído -, o Esmeraldino passou a ter mais velocidade. Aos 11, em descida de Shaylon, teve a melhor chance, mas Hugo Souza defendeu, e Rafael Moura chutou para fora no rebote.
O Goiás, contudo, seguia com muitas dificuldades e, quando o zagueiro Fábio Sanches vacilou e escorregou, Bruno Henrique avançou livre até à área antes de tocar para o camisa 9. Livre, Gabigol fez 2 a 0 – dessa vez em condição legal.
Foram muitas mudanças, de lado a lado, mas o cenário da partida foi pouco alterado. O Flamengo, com a posse de bola, sequer foi ameaçado pelo Goiás. Com a exceção de uma bola que cruzou a área rubro-negra, passando por Vinícius Lopes, o sistema defensivo, sem improvisações, fez uma apresentação mais segura e, após duas rodadas, conseguiu não ser vazado nos 90 minutos.
Já nos acréscimos, Pedro aproveitou mais um vacilo da defesa do Goiás e deu números finais ao jogo: 3 a 0. Foi o 22º gol do centroavante na temporada.
Palmeiras – O Palmeiras deu um banho de bola no Corinthians nesta segunda-feira, no clássico que disputaram no Allianz Parque, em jogo atrasado da 28.ª rodada do Campeonato Brasileiro. Goleou por 4 a 0 – e poderia ter feito mais -, acabou com a invencibilidade de sete jogos do maior rival e interrompeu sua recuperação na competição e se manteve briga na briga pelo título. Com 51 pontos, está a seis do São Paulo e fez um jogo a menos que o líder.
Enquanto o Palmeiras, bem armado, jogou um futebol eficiente, objetivo e competitivo, o Corinthians lembrou aquele time do início do Campeonato. Desarrumado, com falhas incríveis na defesa, meio de campo inoperante e disperso, foi facilmente engolido.
Com as equipes dispostas a procurar o jogo, o início do clássico, debaixo de um forte temporal, foi agradável. Nos primeiros dez minutos, foram criadas duas chances de cada lado. O Corinthians chegou com cabeçada de Jemerson, que Weverton desviou para escanteio, e um chute para fora de Cazares. O Palmeiras ameaçou com um arremate torto de Gabriel Menino e um chute fraco de Raphael Veiga, que Cassio defendeu com tranquilidade.
Com marcação adiantada e, em poder da bola, mais adaptado ao gramado sintético do Allianz, que molhado fica ainda mais rápido, o Palmeiras passou a ter um pouco mais de volume de jogo, fazendo Cássio trabalhar bastante.
O time de Abel Ferreira, mais objetivo, chegava rápido à área corintiana. E aos 16 minutos, perdeu uma grande chance, em outro chute torto de Gabriel Menino, que esta livre na área.
Ao contrário do Palmeiras, que trabalhava a bola com rapidez no meio de campo, o Corinthians apostava na ligação direta. Quando passou a tentar articular jogadas, subiu na partida. Gil quase marcou de cabeça aos 28 minutos – a bola tocou no pé da trave e saiu -, após escanteio resultante de uma boa arrancada de Gustavo Mosquito, outra boa arma corintiana. Pouco depois, Cazares bateu forte de fora da área e Weverton fez outra excelente defesa.
O jogo estava equilibrada, mas aos 33 minutos o Corinthians deu um vacilo na marcação que custou caro. Willian – o melhor do time na etapa – se livrou fácil de Gabriel, girou e encontrou Raphael Veiga penetrando livre na área: o meia dominou e bateu rasteiro no canto esquerdo de Cássio.
“Costumo brincar com o pessoal que me conhece que quero entrar na área. A primeira função do meia é dar passe, mas gosto muito de entrar na área. Pela quantidade de vezes que entro, ela sobra às vezes para eu fazer o gol”, disse o meia, que fez seu 100º jogo pela equipe no clássico.
Luiz Adriano perdeu chance sem goleiro, na pequena área, ao ser travado por Fagner. Mas 4 minutos depois, não perdoou. Com a defesa do Corinthians marcando em linha, Willian recebeu de Zé Rafael, entrou livre e tocou para Luiz Adriano completar. Após verificação do VAR atestar que a posição de Willian era legal, o segundo gol palmeirense foi confirmado.
Uma cena de pastelão aos 20 segundos da etapa final – Cássio chutou a bola no corpo de Jemerson e ela quase entra – mostrou que a noite não era mesmo do Corinthians. E aos 3 minutos o Palmeiras definiu de vez o clássico. Raphael Veiga chutou de fora da área, fez seu segundo no jogo e o 25º com a camisa do alviverde.
O Corinthians até tentou reagir, mas o massacre continuou. Aos 20, Gabriel falhou no recuo e Luiz Adriano levou a melhor sobre Cássio: 4 a 0.
Aos 31, Gabriel foi expulso por agredir Danilo. O Palmeiras passou a poupar jogadores. Estava satisfeito. Mas poderia até ter ampliado, tal a superioridade sobre o rival. Aliás, Breno Lopes marcou, mas estava impedido. Nada que fizesse falta.
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