Abel Braga afirmou que o confronto da Sul-Americana dificilmente seria resolvido em 90 minutos, mas foi exatamente o que o Fluminense fez diante da Universidad Católica, do Equador, na noite desta quarta-feira. Com um bom e ofensivo futebol, o Tricolor das Laranjeiras venceu por 4 a 0 no Maracanã e encaminhou a classificação para as oitavas de final da Copa.
O duelo de volta pela Sul-Americana só acontece no dia 26 de julho. Com grande vantagem, o Fluminense visita a Universidad Católica em Quito.
Desde os minutos iniciais ficou claro que o caminho para vitória estava no lado esquerdo de ataque. Léo, Wendel, Richarlison, Calazans… Quem apareceu por ali fez um estrago na defesa e levou perigo à meta da Universidad. Depois de receber na entrada da área, Scarpa bateu colocado e tirou tinta da trave de Galíndez. O camisa 10 estava afim de jogo.
Coube a Henrique Dourado, que já tinha finalizado com perigo antes, abrir o placar no Maraca. Léo cruzou e após bate-rebate na área, a bola se ofereceu para o camisa 9, que só deslocou o goleiro. Dois minutos depois, em mais uma falha de Carabaí, o Ceifador serviu Richarlison, que voltou a marcar pelo Flu após a polêmica envolvendo seu nome e o Palmeiras.
O Flu seguiu criando chances, mas também deu alguns sustos, especialmente quando se lançava à frente e oferecia o contra-ataque. A Universidad, por sua vez, não soube aproveitar. Quando Patta não estava impedido, Júlio César foi bem.
O Fluminense fez 3 a 0 antes do intervalo e, pasmem, em jogada iniciada pela esquerda. Calazans invadiu a área e cruzou para trás, a bola bateu no braço de Godoy. Henrique Dourado, o atacante que não perde pênalti, fez seu 21 gol em 2017.
Nem mesmo a saída do Ceifador, lesionado aos seis minutos da etapa final, diminuiu o ritmo do time de Abel Braga. Pedro entrou e logo viu Wendel marcar o golaço da noite. O Moleque de Xerém arriscou de muito longe e acertou no ângulo: 4 a 0.
Foi o quarto gol de Wendel no ano. O meia tinha prometido arriscar mais após marcar contra o São Paulo, no Morumbi. Dito e feito pelo camisa 6, que deixou o campo ovacionado pela torcida tricolor e deu lugar a Luquinhas.
Quem também entrou foi Wellington Silva, no lugar do lateral Léo. Com o jogo resolvido, os torcedores ditaram o ritmo da partida até o apito final na base do olé. A impressão é de que a Universidad Católica não será capaz de reverter tal placar na volta, seja com a altitude de Quito ou não
Atlético (MG) e Botafogo (RIO) Jogos de mata-mata tem sua própria aura. Heróis são feitos, atletas antes esquecidos se consagram e personagens são criados. Nesse primeiro duelo das quartas de final da Copa do Brasil, entre Atlético-MG e Botafogo, o nome foi Cazares. Com boa participação – e gol – do equatoriano, o Galo venceu por 1 a 0, no Independência, e abriu vantagem no duelo pelas semifinais.
O estilo de jogo dos dois times já definia o panorama no Independência: o Atlético-MG com os seu repertório ofensivo e nomes renomados na frente, como Fred e Robinho. Enquanto isso, o Botafogo acuado, apostando mais na força defensiva do time com Jair Ventura, que exploraria os contra-ataques.
A individualidade do Galo se sobressaiu em cima do esforçado Botafogo, que não soube como conter a ofensividade mineira nos minutos iniciais: logo aos sete minutos, Cazares – um motor e diferencial no meio-campo – recebeu sozinho de Robinho e, sem João Paulo acompanhar e no meio da pesada dupla de zaga alvinegra, abriu o marcador com finalização no canto de Gatito.
Com o gol cedo, o Glorioso tentou sair mais para o jogo. Até reteve a bola, mas sem ser efetivo e incomodar Victor. Na chance que teve, Victor Luís cruzou e Bruno Silva pegou errado, aos 33. O Atlético chegava bem, com Fred – que participou de uma intensa batalha com Carli – desperdiçando umas duas boas chances e Cazares sendo a válvula de escape/velocidade.
Enquanto isso, do outro lado, Camilo mal se fazia presente em campo, com Pimpão preso pelo lado esquerdo e o time estagnado na hora de criar.
Na segunda etapa, os minutos iniciais foram bem parados. Mas o jogo logo animaria. Fred cometeu falta em Lindoso, recebendo o segundo amarelo e sendo expulso. Candidato a vilão? Talvez. A partir daí, foi o Botafogo o dono das ações. Aos 17, Bruno Silva perdeu nova chance sozinho, desta vez dando um corte a mais na jogada e vendo Leonardo Silva salvar a finalização na área.
A equipe de Jair ocupava o setor ofensivo do campo, com a superioridade numérica sendo um diferencial nas ações. Mas faltava maior variações nas jogadas para chegar com real perigo. Victor não trabalhou, com o Atlético-MG fechando as linhas. E foi Gatito quem acabou salvando no final, com defesa espetacular em finalização à queima roupa de Rafael Moura.
Mesmo com um a mais no final, o Botafogo não foi merecedor do empate. A chance de sair com um bom resultado de Minas existia, mas a produção do setor ofensivo foi insuficiente. Para o Atlético-MG, a boa vantagem visando o jogo da volta, no Estádio Nilton Santos, desta vez com o mando alvinegro.
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