Estádios de futebol vazios, treinos suspensos e partidas canceladas. Há mais de três meses, a bola não rola na Paraíba. O Campeonato Paraibano, a exemplo de todas as competições esportivas, estão suspensas por conta das medidas de isolamento em prevenção ao Covid-19. Os 10 clubes que disputam a elite do futebol paraibano, enfrentam uma situação difícil, visto que praticamente a principal receita vem das rendas.
Nesta sexta-feira, os clubes voltam a se reunir através de uma videoconferência para debater o reinício dos treinos, como também do Campeonato.
Na pauta, médicos e dirigentes vão tentar a flexibilização das medidas junto ao Governo do Estado, prefeituras e Ministério Público.
De acordo com a presidente da Federação Paraibana de Futebol, Michele Ramalho, a ideia é que na próxima segunda-feira o protocolo com as medidas seja concluído e enviado para as secretarias de saúde dos municípios, para assim liberar os treinamentos.
Diante da crise, A Federação Paraibana de Futebol (FPF), juntamente, com os dez clubes da primeira divisão do Campeonato Paraibano Profissional 2020 e a Comissão Médica da FPF apresentaram, na tarde desta quinta-feira(11), um Protocolo Médico, feito pela direção médica da FPF e os médicos dos clubes, para o Governo do Estado da Paraíba.
O documento foi encaminhado ao Governo do Estado, à Secretaria de Estado da Saúde (SES) e à Secretaria de Esportes solicitando a volta dos treinos e, posteriormente, dos jogos do Campeonato Paraibano. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF), junto com as federações estaduais, articula a retomada do futebol, mas essas entidades alegam que isso só vai acontecer quando os órgãos competentes – governos, prefeituras, secretarias de saúde – entenderem que já é seguro liberar a prática esportiva.
Nos documentos enviados pela FPF, um rigoroso o protocolo de segurança, é apresentado e se baseia em orientações da CBF, mas que teve intervenções da Federação, com o auxílio dos médicos dos clubes. O documento prevê um Plano de Ação para a retomada das atividades; e um requerimento para que a prática do futebol seja restabelecida na Paraíba. O governador do Estado, João Azevêdo, o secretário de Saúde, Geraldo Medeiros, e o Secretário de Esportes, Hervázio Bezerra, são os remetentes desses documentos.
O protocolo de segurança para a retomada das atividades – que, até então, não teve sua versão final divulgada -, prevê testagem máxima dos envolvidos, uso obrigatório de máscaras (exceto para os jogadores durante a partida) e disponibilização abundante de álcool em gel durantes as atividades. Pelo menos essas são as premissas que estão na primeira versão do documento. A FPF, por sua vez, já declarou que o protocolo sofreu algumas alterações desde a sua apresentação à imprensa.
Inicialmente, a FPF e alguns clubes projetam a retomada dos treinos para a próxima segunda-feira, dia 15, com o complemento do Campeonato Paraibano sendo realizado entre 5 e 26 de julho. Essa projeção, contudo, depende da autorização dos órgãos competentes para ser posta em prática.
A presidenta da Federação Paraibana de Futebol (FPF), Michelle Ramalho.
Só que se depender do procurador de Justiça, e presidente do Núcleo do Desporto e Defesa do Torcedor (Nudetor) e da Comissão de Prevenção e Combate a Violência nos Estádios da Paraíba, Valberto Lira, os jogadores, dirigentes e torcedores terão que esperar mais um tempo pela volta do Campeonato Paraibano.
Ele afirmou que devido ao aumento de casos da Covid-19 no estado é contra a volta do futebol neste momento, ele disse compreender a ansiedade de todos por também ser um desportista.
Valberto Lira afirmou que na volta das atividades testes devem aplicados nos jogadores e no público envolvido num jogo, e questionou quem vai arcar com as despesas, já que um teste custa, em media, R$ 300,00.
O Campeonato Paraibano foi paralisado na oitava rodada da primeira fase. Ainda há um jogo atrasado, entre Botafogo-PB x Campinense, totalizando três datas para o encerramento da fase de classificação. Semifinais e finais, com jogos de ida e volta, seriam disputadas em mais quatro datas.
Severino Lopes
PB Agora