Reserva de ouro, o Palmeiras tem um novo goleiro, o ex-Santista Aranha. Ele foi oficialmente apresentado nesta terça-feira (3) como novo reforço do Palmeiras, e apesar do clima festivo que qualquer evento como esse possa supor, o arqueiro se mostrou tranquilo sobre a disputa que terá com Fernando Prass, titular da equipe alviverde até aqui. Aranha foi titular do Santos nas últimas duas temporadas, até rescindir com o time alvinegro.
"Tenho de ser bem sincero e falar que não é uma situação das mais felizes de deixar de ser titular e ser reserva. Porque você faz todo o trabalho e na hora do filé, você assiste. E você precisa respeitar a decisão do treinador", afirmou Aranha nesta manhã. No Palmeiras, Aranha reencontrará o técnico Oswaldo de Oliveira, com quem trabalhou no Santos.
"Eu joguei em vários times da 5ª divisão. Eu nunca olhava e pensava que só iria se fosse ser titular. Eu vou trabalhar, fazer meu melhor e se virar titular, ótimo. Se não, quem não gostaria de estar na minha situação? Muitos poucos jogadores conseguem estar onde estou. A grande maioria está sofrendo. Então não posso olhar só para o meu eu. E quanto a gente está lutando para ter uma vaga".
A chegada de Aranha causou certo incômodo em Fernando Prass, que preferiu não comentar as negociações e chegou a questionar a necessidade de contratação do agora camisa 25. O ex-santista preferiu não entrar em polêmica.
"Foi tranquilo. Uma coisa que tem no futebol e precisamos acabar é enxergar o adversário como inimigo. É rival. E quando eu cheguei aqui, somos profissionais, do mesmo jeito que eu estou chegando agora, ele também chegou. Não tem problema nenhum. E conhecendo vocês (imprensa) como eu conheço eu sei que vocês dão uma forçada até sair uma vírgula", afirmou Aranha.
Confira as principais respostas de Aranha:
Sobre a disputa com Prass
Não vejo uma disputa particular com o Prass, mas sim com todos. Eu vou trabalhar melhor para que o clube possa me utilizar.
Saiu chateado do Santos?
Se tem uma coisa que eu posso falar com toda certeza e tranquilidade é que eu sou muito grato a tudo o que o Santos fez por mim. Sempre fui bem tratado lá, pela torcida, pelo clube e tive momentos maravilhosos. E mesmo nos momentos de dificuldade eu nunca fui abandonado. Chega um momento que, como pai de família, você precisa colocar tudo na balança. Meu ciclo estava se encerrando no Santos. O clube é eterno e a gente só passa. Sendo o craque do time ou sendo só mais um.
Aceita ser reserva?
Tenho de ser bem sincero e falar que não é uma situação das mais felizes de deixar de ser titular e ser reserva. Porque você faz todo o trabalho e na hora do filé você só assiste. E você precisa respeitar a decisão do treinador. Eu joguei em vários times da 5ª divisão. Eu nunca olhava e pensava que só iria para um grande se fosse ser titular. Vou trabalhar, fazer meu melhor e se virar titular, ótimo. Se não, quem não gostaria de estar na minha situação?
Você se incomodou com o Santos buscando outro goleiro?
Sobre a possível contratação de outros goleiros, foi um dos motivos que me levou também a tomar a decisão. Uma coisa é você estar seguro na sua posição. Estar seguro profissionalmente e financeiramente. Outra coisa é você não estar seguro profissionalmente. Esse assunto de contratar goleiro não partiu dessa diretoria, já aconteceu na eleição, no pessoal antigo que estava lá.
Racismo ainda é algo que preocupa?
Em relação ao racismo, eu não sou nenhum sonhador, sei bem onde piso. Muita gente não sabe, mas fala que tal time é racista, um time é racista. Sempre que tem dois times na cidade como em Campinas, um time é racista e o outro é dos… no futebol não foi assim. No começo, ninguém aceitava negro. O racismo ou ou racista ele está em todo lugar. Às vezes mostra, às vezes não. Eu posso ter feito amizade com uma pessoa que é racista e não sei. Fico aliviado quando mostram as caras porque fica mais fácil de tomar a atitude.
A presença do Oswaldo pesou na vinda?
Bastante. Você chegar em um lugar onde você conhece várias pessoas, isso te agrada muito. Quando eu entrei com a ação, que eu me desvinculei, eu não tinha nenhuma proposta. O Souza (empresário) me falou que tem uma possibilidade no Palmeiras, e eu gostei. Até dei prioridade para cá porque é perto de Pouso Alegre.
Por que só um ano de contrato?
Prefiro seis meses, três meses de contrato no Palmeiras do que cinco anos de contrato no Pouso Alegre. Dentro das minhas possibilidades, eu achei muito interessante, por tudo o que estava sendo feito aqui. Do projeto que estava sendo apresentado. A maneira que o Palmeiras está trabalhando profissionalmente. Par amim me agradou muito.
Quando estará pronto para jogar?
Se quiser me colocar quinta feira, estou aí. Mas a gente sabe. E às vezes a gente acelera um processo e perde uma partida por três meses.
Qual seu nível de confiança em virar titular?
Com o Oswaldo, com o Luis e o Oscar, o preparador de goleiro, eu não começo do zero. Mesmo eu estando só treinando, e não participando, eles me conhecem atuando. E do mesmo lado, na mesma equipe. Eles sabem o que eu posso fazer ou não. Então não começo do zero. Isso pesa bastante.
O que achou da declaração do Elias sobre a preleção de Zé Roberto?
Eu não sou um boleiro, eu me complico nessas coisas de dar entrevistas. O Elias é um cara que está pensando uma coisa e tem as convicções dele. E isso não é ruim. Mas se você pede uma opinião de alguma coisa, você não pode imaginar que a resposta vai agradar a todos. Então, bom para ele e para o clube dele. Ele sabe como funciona. E o Zé está aqui e sabe o que é melhor.
PB Agora com UOL