A Paraíba o tempo todo  |

Gustavo Kuerten é o mais novo comentarista da Globo

 
Gustavo Kuerten (GUGA) é o mais novo integrante do Time de Ouro de comentaristas da TV Globo. O melhor tenista da história do Brasil estará presente nas transmissões do ciclo olímpico do Rio 2016 pela Globo e pelo SporTV. Guga fará companhia a Tande, Giba, Shelda e Fabi (vôlei), Hortência Marcari (basquete), Gustavo Borges (natação), Flavio Canto (judô), Maurren Maggi (atletismo) e Daiane dos Santos (ginástica artística).

 

– Que time, né. Medalha para tudo quanto é lado. Giba, Hortência… Isso que é bacana desse grupo, trazer a união dos esportistas, cultivar o histórico que existe de conquistas, de vitórias do esporte brasileiro, para continuar o ciclo. Estou um pouquinho de nervoso. O pessoal do tênis já deu risada por saber que vou ser comentarista.

 

Eu e o Dácio (Campos) vamos fazer isso, manter a alegria. É a oportunidade que eu tenho de chegar até as pessoas, continuar contagiando, ficar próximo do esporte. Ele dissemina bons valores, amizades, estímulo com as crianças. Essa emoção é legal. O esporte traz isso com facilidade. Poder ainda estar vivendo essa sensação é muito bonito – disse.

 

Guga participou de duas Olimpíadas, em Sydney 2000 e Atenas 2004, mas não subiu ao pódio. Ele revela que a magia dos Jogos chamou sua atenção desde a infância, acompanhando grandes nomes do esporte nacional em ação.

 

– (Olimpíadas) Para mim, foi o meu maior sonho de criança. Acima de Grand Slam, Roland Garros… Eu lembro de Joaquim Cruz, Geração de Prata do vôlei, Oscar, Hortência. É acreditar que brasileiro consegue. A gente ainda tem uma carência de grandes ídolos. As Olimpíadas conseguem demonstrar que é possível. E tem o conhecimento do esporte. Chegar nas Olimpíadas para um brasileiro é um ato heroico. O espírito olímpico é o grande potencial que os Jogos conseguem transmitir. 

 

 

Considerado por seu mentor Larri Passos um gênio, Guga não foi apenas o maior tenista brasileiro da história, ao lado de Maria Esther Bueno. Ele faz parte de um grupo restrito de atletas capazes de encher o brasileiro de orgulho mundo afora no patamar de ídolos como Ayrton Senna e Pelé.
Assim como o rei do futebol, Guga espantou o mundo bem jovem. Número 66 do mundo, com 20 anos e jeito de adolescente, derrotou todos os favoritos em Roland Garros 1997 e foi o primeiro brasileiro a ganhar um Grand Slam masculino. Muitas pessoas no Brasil nem sabiam quem era aquele menino descabelado, mas Guga já pensava nelas.

 

– Eu conseguia perceber uma capacidade no povo. De extrema superação, criatividade e não me dava por convencido de que não pudesse acontecer com brasileiro. Acho que isso foi dando esse desejo de chegar lá. Trazer uma conquista pra pessoas que eu entendo que são tão capazes e tão brilhantes como eu, porque eu sou um deles, eu vejo essa normalidade. Hoje, sou uma pessoa comum (risos) – brinca ele.

 

Guga levou sua simpatia para o aristocrático mundo do tênis. Espontâneo e irreverente, foi apelidado surfista do saibro, por verdadeiramente deslizar em seu piso favorito. Entre 1997 e 2004, conquistou 28 torneios da ATP, incluindo mais dois Roland Garros (2000 e 2001), coroando um caso de amor com o mais torneio francês. Em 2000, venceu o Masters Cup em Lisboa. Quando se tornou o primeiro e único jogador a derrotar Pete Sampras e Andre Agassi no mesmo torneio. Feito este que lhe valeu o primeiro lugar no ranking, posto que ocupou por 43 semanas.

 

Em um esporte solitário como o tênis, Guga sempre foi agregador e ligado à família. Por isso tantos brasileiros torceram por ele. Era um ídolo que servia de inspiração ao mesmo tempo que se inspirava em quem sempre precisou de pouco pra ser feliz, como seu irmão Guilherme, morto em 2007.

 

– O Gui eu acho que, de A a Z, me ensinou a vida, o caminho, a visão de enxergar o mundo e rodeado de limitações que para gente eram invisíveis. E isso construiu minha filosofia de vida. Uma grande conquista ela pode ser simples. Eu olho pra minha mãe, meu irmão, penso no Gui, no meu pai, eu viro um leão! Eu olho pro Larri, por exemplo, e já me sinto capaz de enfrentar o Nadal amanhã.

 

Aposentado, ele continua contribuindo com o tênis através da Copa Guga Kuerten, que em seis edições já reuniu mais de quatro mil jovens tenistas e hoje dá pontos para os circuitos sul-americano e mundial júnior. A dedicação ao tênis se divide com o trabalho social que já fazia parte da rotina da família desde que Guga era criança. Seja no mais importante torneio de cadeirantes do Brasil ou na ajuda a instituições de caridade e hospitais infantis.

 

– Quando eu vejo uma criança, olhando pra mim, com brilho nos olhos, de conseguir imaginar qualquer coisa, tudo de bom que é possível acontecer, pra mim essa é a tradução real do esporte.

 

Reconhecido pelo trabalho dentro e fora das quadras. Ele recebeu em 2010 a Cruz do Mérito Desportivo, maior honraria concedida a atletas brasileiros. Dois anos depois, entrou para o hall da fama do tênis. Mas o prêmio maior, Guga continua recebendo todos os dias, faça chuva ou faça sol.

 

– Uma sensação de agradecimento total, parece que estou levantando troféu dentro da quadra, embaixo da toalha, agradecendo a Deus. Mais um troféu que eu levo pra casa. Valeu!

 

Globo Esporte

 

    VEJA TAMBÉM

    Comunicar Erros!

    Preencha o formulário para comunicar à Redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta matéria do PBAgora.

      Utilizamos ferramentas e serviços de terceiros que utilizam cookies. Essas ferramentas nos ajudam a oferecer uma melhor experiência de navegação no site. Ao clicar no botão “PROSSEGUIR”, ou continuar a visualizar nosso site, você concorda com o uso de cookies em nosso site.
      Total
      0
      Compartilhe