Paixão. Essa palavra pode definir o sentimento que vai mover o torcedor. Um estádio silencioso. Sem a presença da torcida como 12 jogador para incentivar a sua equipe. Em casa, diante da TV, milhares de corações batendo forte. Olhos fixos para cada lance. Ansiedade em cada jogada. Nervos a flor da pele. Tarde para roer as unhas. Para xingar o atacante pelo gol perdido, ou o zagueiro pela falha que proporcionou boa oportunidade para o adversário.
Diante da tela, o torcedor também deve vibrar com o ataque de seu time, com a boa jogada, as investidas pelas laterais e as chances reais de gol. E na magia do futebol, extravasar com o grito de gol, quando as redes adversárias foram balançadas É jogo de time grande. É clássico. É decisão.
O velho Colosso da Borborema será palco de um jogo que promete ser eletrizante, com muitos números, rivalidade e muita emoção. Um duelo épico que pode entrar para a história por acirrar ainda mais a rivalidade das duas maiores torcidas da Paraíba.
Em campo, estarão as duas maiores rivalidades do Campeonato Paraibano, e 36 títulos estaduais, sendo 21 conquistados pela Raposa contra 15 pelo Galo. Após 12 anos, o Clássico dos Maiorais será protagonista da final do Paraibano.
Esta será a 11ª vez que Raposa e Galo decidem o título em decisões gerais do campeonato. O Clássico dos Maiorais que abre a final da atual edição do Paraibano será nesta quarta-feira, às 16h no Estádio O Amigão em Campina Grande, e deve seguir todos os protocolos de segurança para evitar o contágio do Covid-19. O jogo de volta será no sábado, no mesmo horário. Após os 180 minutos, um deles, vai levantar a taça de campeão.
Pela primeira vez na história, as duas equipes detentoras das maiores torcidas no Estado, vão decidir o Estadual com o estádio vazio e sem a presença do torcedor nas arquibancadas.
O jogo 411 da história entre Rubro-negro e Alvinegro promete acirrar ainda mais a rivalidade e testar os nervos e o coração das duas maiores torcidas do Estado. O Campinense foi campeão em cima do Treze oito vezes em 1961, 1962, 1963, 1964, 1973, 1974, 2004 e 2008. Já o Treze venceu os estaduais de 1982 e 1983 em cima da Raposa.
Campinense e Treze fazem sempre um jogo equilibrado e marcado por uma rivalidade que atravessa décadas. As duas equipes se enfrentaram duas vezes este ano.
O primeiro confronto de 2020 , aconteceu na 5º rodada do Campeonato e terminou empatado em 1 x 1. No segundo duelo, na última rodada, o Treze venceu o rival por 1 x 0 e garantiu a vaga na grande final. Para disputar o título da 110ª edição do Paraibano, o Galo eliminou o Botafogo na semifinal enquanto que a Raposa eliminou o Sousa. Os dois conquistaram a vaga nos pênaltis.
As estatísticas – Galo e Raposa sempre fazem um duelo acirrado, duro e com emoções. Dos 410 confrontos, o Treze venceu 141 vezes, contra 109 do Campinense. O Clássico dos Maiorais já terminou empatado 162 vezes. Na artilharia dos Maiorais, a vantagem também é trezeana: até agora, são 501 gols a favor do Alvinegro, contra 451 para o Rubro-Negro.
A rivalidade entre Campinense e Treze pode ser medida em jogos válidos pelo Campeonato Paraibano. Até o momento, os dois clubes se enfrentaram 231 vezes no Estadual. A vantagem também é do Treze. Ao todo, o Galo venceu 75 partidas, contra 71 triunfos da Raposa.
O equilíbrio de Campinense e Treze no Paraibano, se mede no número de empates. Os dois terminaram a partida em igualdade no placar 98 vezes. O Galo marcou 257 gols contra 242 da Raposa.
Um jogo dessa magnitude precisa de um árbitro de pulso para controlar o ímpeto dos jogadores e a pressão dos treinadores. A primeira final do Campeonato Paraibano,vai ter árbitro à parte do quadro da Comissão Estadual de Arbitragem de Futebol da Paraíba (Ceaf-PB). Anderson Daronco, da Fifa, é quem comanda os primeiros 90 minutos da decisão do estadual.Junto ao gaúcho, Oberto Santos e Luís Filipe Gonçalves completam o trio de arbitragem.
Para o terceiro duelo do ano, e primeiro da final, o Campinense não deve ter algumas novidades. O técnico Nei Júnior que assumiu recentemente o comando da Raposa, promete um time ofensivo. O time rubro-negro vai entrar em campo com com as ausências ficam do goleiro Rodrigo Dias e do zagueiro Uesles, entregues ao departamento médico. Por outro lado, o polivalente Vinícius Araújo e o meia Wagner Querino voltam a ficar à disposição do treinador Nei Júnior para a partida.
A expectativa fica por conta do atacante Fábio Junior que já foi campeão vestindo a camisa da Raposa em cima do Galo, e deve estar em campo. O meia Bismarck, principal contratação da Raposa para a sequência da temporada, é outra arma do treinador para furar o bloqueio alvinegro.
No Treze, é só confiança. O Galo vive seu melhor momento na temporada. O time vem de uma vitória por 2 a 0 sobre o atual tricampeão do estado, o Botafogo-PB, resultado que não acontecia desde 2015. Finalista após toda a dramaticidade de um Clássico Tradição nas semifinais, o Galo da Borborema vai em busca do título, mas, sobretudo, de quebrar um jejum que já dura nove anos.
O técnico Moacir Júnior terá todos os jogadores à disposição para a decisão do estadual. As maiores dúvidas ficam no ataque. Ceará e Ermínio entraram no jogo contra o Botafogo-PB e deram conta do recado. O segundo, inclusive, marcou para o Galo.
O Campinense deve começar o duelo com Wellington Lima, Alex Travassos, Alex Maranhão, Breno e Matheus Camargo; Pêu, Elielton, Allefe e Vinícius Araújo; Rafael Ibiapino e Reinaldo Alagoano. Técnico: Nei Júnior.
Já o Treze vai a campo com Jeferson, Léo Pereira, Breno Calixto, Nilson Júnior e Gilmar; Vinícius Barba, Rezende, Alexandre Santana e Douglas Lima; Tales e Frontini. Técnico – Moacir Júnior
Após os dois confrontos ou Campinense conquistará a 21ª taça de campeão estadual,ou o Treze será campeão paraibano pela 16ª vez. Apenas um vai sorrir. O outro vai chorar.
O campeão garante vaga direta na fase de grupo da Copa do Nordeste 2021. Por chegarem a final do Estadual, os dois Maiorais serão os representantes da Paraíba na Copa do Brasil.
Severino Lopes
PB Agora