O nadador João Gomes Júnior apresentou resultado adverso em um exame antidoping no Mundial de Natação de Piscina Curta, realizado em Doha, no Catar, em dezembro. O atleta participou das eliminatórias de três provas de revezamento em que o Brasil ganhou medalhas de ouro na competição: 4x50m medley, 4x100m medley e 4x50m medley misto.
Diante do resultado do exame, o Brasil corre o risco de perder os três ouros, o que faria o país cair da primeira para a quinta colocação no quadro de medalhas. E o atleta pode ser suspenso por até quatro anos.
O exame, feito durante o Mundial disputado no Catar, indicou a presença no organismo do atleta de um diurético, cujo uso é proibido por ter a capacidade de mascarar a presença de substâncias proibidas.
Segundo o comentarista do SporTVAlexandre Pussieldi, a CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos) já iniciou o processo de defesa do nadador. O atleta teria admitido que utilizou um remédio preparado por uma farmácia de manipulação e alega que este teria sido contaminado.
– Temos um resultado analítico adverso para o nadador por um diurético, que é uma droga considerada mascaradora de uma possível droga a mais que ele teria consumido ou simplesmente por uma contaminação, que está sendo a defesa dele. A situação é muito difícil. A natação brasileira vive um drama muito grande. Porque foi a nossa maior conquista e daqui a pouco pode ser o nosso maior pesadelo – afirmou Pussieldi, que também é treinador de natação.
Segundo o especialista, se a defesa conseguir convencer a Fina (Federação Internacional de Natação) de que houve uma contaminação acidental do remédio, o nadador receberia apenas uma advertência, e o Brasil não perderia as três medalhas de ouro e o título do Mundial de Piscina Curta.
Pussieldi lembrou o caso envolvendo Cesar Cielo, Vinícius Waked, Henrique Barbosa e Nicholas Santos em 2011, quando os atletas foram somente advertidos após julgamento, quando prevaleceu a tese de que houve uma contaminação. E lembrou que o caso gerou polêmica.
– Se a defesa do Brasil conseguiu apresentar um bom caso ao painel antidoping da Fina, pode ser que o João seja somente advertido e aí o Brasil não perderia medalha alguma. Mas isso não é fácil. Aquele caso (de 2011) foi muito controverso. A Fina, na época, discordou da punição de advertência ao Cielo e aos outros nadadores e levou o caso até o tribunal da corte superior na Suíça. É um caso controverso. Os atletas brasileiros usam muito mais remédios de farmácia de manipulação do que os estrangeiros. Isso fez parte da defesa do João Gomes Júnior – disse o comentarista.
Como o caso aconteceu durante uma competição realizada fora do país, cabe à Fina realizar o julgamento.
Procurado pela reportagem do SporTV, o nadador disse que não iria se pronunciar sobre o caso a pedido do advogado da CBDA, Marcelo Franklin.
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