A história do vôlei de praia e a rivalidade entre Brasil e Estados Unidos praticamente andam juntas. Desde os Reis do Rio, como eram chamados os lendários americanos Sinjin Smith e Randy Stoklos, que dominavam a modalidade nos anos 80 e 90, os dois países nutrem uma disputa particular nas areias. Não foi em uma decisão, mas as duas potências mediram forças em um jogo espetacular nesta segunda-feira, válido pelas quartas de final da Olimpíada. Campeões do mundo, Alison e Bruno Schmidt encararam Phil Dalhausser, vencedor de Pequim 2008, e seu parceiro Nick Lucena. Em uma partida de muitas bombas dos gigantes "Mamute" e Dalhausser (2,03m e 2,06m) e de jogadas técnicas dos "baixinhos" Bruno e Lucena (ambos têm 1,85m), o Brasil garantiu, diante de sua torcida na mítica Praia de Copacabana, berço da modalidade, a vitória por 2 a 1 (21/14, 12/21 e 15/9), conquistando também a vaga na semifinal em um duelo de 45 minutos.
Fora a rivalidade entre Brasil e Estados Unidos, a ventania ditou o ritmo da partida e prejudicou os atletas em alguns momentos. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), os ventos na Praia de Copacabana na parte da tarde desta segunda-feira variaram de 61km/h a 99km/h. Postes balançavam, algumas bandeiras de países presas no topo da Arena de Vôlei de Praia, como a do Brasil, ficaram quase soltas, e a torcida se protegia como podia.
Com a vitória, Alison e Bruno Schmidt vão encarar os vencedores do duelo holandês nas areias de Copacabana. O jogo entre Nummerdor/Varenhorst e Brouwer/Meeuwsen acontece às 17h (de Brasília), logo depois do duelo dos brasileiros contra os americanos. Além do "Mamute" e do "Mágico", Larissa/Talita e Ágatha/Bárbara Seixas também estão na semifinal. Apenas Pedro Solberg e Evandro já deram adeus das disputas olímpicas na Arena de Vôlei de Praia ao perder para a Rússia, de Liamin/Barsuk, nas oitavas de final.
Globo Esporte
Foto: Leon NEAL / AFP