A sombra de Marcos ainda não foi esquecida no Palmeiras. Três goleiros tentaram, em vão, ocupar o espaço do atleta que conseguiu eternizar a camisa 12. Por causa disso, 18 anos depois, o time pode voltar a fazer uma contratação para a posição.
A última vez em que isso aconteceu foi em 1994, quando Roberto Fernandez, conhecido como Gato Fernandez, chegou durante a era Parmalat. O paraguaio chegou até a ser campeão paulista, mas, mesmo assim, não caiu nas graças do torcedor e saiu após apenas 31 partidas disputadas.
Depois da aposentadoria de Marcos, o primeiro na linha de sucessão foi Deola. O goleiro, no entanto, enfrentou problemas pessoais com a antiga comissão técnica. Primeiro, ele ficou ao lado de Kleber e contra Felipão no motim do grupo, em 2011, quando jogadores defendiam um boicote ao jogo contra o Flamengo alegando falta de segurança.
Para piorar, Deola ainda passou a ter discussões com o então preparador de goleiros Carlos Pracidelli. Era só questão de tempo e a primeira falha para que ele fosse colocado no banco de reservas e, logo em seguida, negociado com o Vitória. De volta do time baiano, o goleiro pode até voltar a ficar em alta com a nova comissão técnica.
Depois, foi a vez de Bruno tentar ocupar a meta. O goleiro passou a ser o titular de Felipão e conseguiu ficar como o número 1 com a chegada de Gilson Kleina. Mesmo assim, suas constantes oscilações incomodaram a diretoria, que passou a procurar um novo goleiro ou até exigir a chance para os mais novos. Na época, as negociações começaram com Júlio César, ex-Internazionale de Milão, hoje no QPR, da Inglaterra, e pararam até com Dida, da Portuguesa. Não houve, no entanto, acordo com nenhum dos dois.
A vez foi então de Raphael Alemão. Aproveitando que o time já estava rebaixado, Kleina quis fazer testes com o terceiro na linha de sucessão. Ele não teve nem tempo para respirar, falhou contra o Atlético-GO e já passou a ser contestado mais uma vez. A esperança é que ele faça um bom clássico no próximo sábado, diante do Santos. Apesar disso, a diretoria já precisou falar publicamente do assunto de contratar um arqueiro.
"Vamos passar o plano geral. Temos alguns pilares, o Palmeiras sempre que venceu teve esses pilares. Uma das infelicidades nossas foi conseguir jogar com nossos pilares cinco jogos só. Por contusões, suspensões, isso prejudicou muito. Queremos reforçar esses pilares. temos um calendário importante, retorno à Libertadores e precisamos de um elenco forte, como o Gilson disse são pilares que vêm para corrigir nossas carências", disse o gerente de futebol, César Sampaio, sem negar nem confirmar que um goleiro faz parte dos planos.
O técnico Gilson Kleina agiu um pouco diferente. Ele saiu em defesa de Raphael Alemão, mas também não negou que pode pedir a contratação de um goleiro.
"Primeiro, eu quero dizer que o Alemão está assumindo uma responsabilidade que é toda nossa. Ele fez a avaliação dele (o goleiro se deu nota 3), não quero defender, mas essa é a realidade. Se é uma posição que tem que ter ritmo é a de goleiro. Ele não joga, participa pouco, por isso tem de fazer muitos jogos treinos e isso faz muita diferença. Não dá para nominar uma posição. Nós fizemos uma reunião de planejamento de 2013 e agora as coisas precisam acontecer", disse ele.
Nos bastidores do Palmeiras, a diretoria e o Conselho se dividem. Metade acredita que é necessário um goleiro de experiência e de peso para a disputa da Copa Libertadores. A outra prefere manter a tradição e insistir na criação de um goleiro dentro de casa, como sempre foi com a Escola de Goleiros, que já teve nomes como Oberdan Cattani, Valdir Joaquim de Moraes, Zetti, Marcos, Leão, Diego Cavalieri e Velloso.
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