A Vila Belmiro virou um salão de baile neste domingo. Santos e Palmeiras fizeram um grande clássico, cheio de gols e muitas coreografias. O Verdão dançou melhor. Venceu por 4 a 3, com Robert sendo o principal pé de valsa da partida: marcou três gols. Com o resultado, o Peixe perde uma invencibilidade que já durava 12 partidas, entre Paulistão e Copa do Brasil. A equipe alvinegra não era batida desde a terceira rodada do Paulistão, dia 24 de janeiro, quando perdeu para o Mogi Mirim, por 2 a 1. (assista aos gols do jogo no vídeo ao lado).
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O Santos volta a jogar na próxima quinta-feira, às 21h (horário de Brasília), contra o Remo-PA, pela Copa do Brasil. Já o Palmeiras entrará em campo quarta-feira, às 21h50m (Brasília), também pela Copa do Brasil, contra o Paysandu-PA. Os dois jogos serão em Belém (PA).
É o Tchan x Macarena
O Santos começou bem a seu estilo. Com seus três atacantes adiantados, dificultando as saídas de bola do Palmeiras. Tinha alguma dificuldade para entrar na zaga verde, mas dominava a posse de bola, virando o jogo de um lado para o outro e conseguindo uma ou outra penetração. O Verdão, todo atrás, acuado, não conseguia chegar perto do gol santista. Com isso, o Peixe não demorou a abrir o placar. Aos 10, Pará recebeu na esquerda, viu André entrando do outro lado e cruzou. A batida, porém, saiu muito fechada e ele acabou acertando o ângulo.
– Vi os meus companheiros na área e chutei. Pra falar a verdade, tentei cruzar – admitiu Pará no intervalo.
Jogando bem e com a vantagem no placar, o Peixe encurralou ainda mais o Verdão. Acabou virando um treino de ataque contra defesa. A equipe da casa apertava e os visitantes se livravam da bola com chutões. De tanto martelar, o Alvinegro Praiano ampliou aos 30. Paulo Henrique Ganso acertou boa enfiada de bola para Neymar. O garoto não se intimidou quando viu o experiente goleiro Marcos se atirar ao chão para tentar abafar: Com tranquilidade, deu um leve toque por baixo da bola e encobriu o arqueiro pentacampeão. Na comemoração, os santistas tiraram onda ressuscitando a dança da Macarena, que fez sucesso nos anos 90.
Os palmeirenses se descontrolaram após o gol. Sem conseguir dominar a bola e vendo seu time totalmente descoordenado, Diego Souza passou a discutir com o juiz, com adversários e acabou levando uma sonora bronca de Marcos e do técnico Antônio Carlos. O cenário estava todo construído para uma goleada santista.
No entanto, o Verdão conseguiu se acalmar. A bronca de Marcos acordou Diego Souza, que passou a jogar bem. Em dois lances seguidos, o time se aproveitou de cochilos dos santistas e empatou a partida. Aos 41, Cleiton Xavier cobrou falta da direita e Robert subiu sozinho, antecipando-se ao goleiro Felipe, para escorar. Na saída, o Peixe perdeu a bola e foi surpreendido num contra-ataque rápido. Diego Souza acertou lindo passe de calcanhar para Armero, que desceu pela esquerda e cruzou à meia altura. Robert, de novo, apareceu livre pelo meio e finalizou de primeira, empatando a partida.
Na comemoração, Armero puxou a coreografia de outro sucesso dos anos 90: "É o Tchan", mas de um jeito meio descontrolado, como se estivesse possuído. Jogo empatando em gols e nas dancinhas.
No intervalo, Marcos garantiu que a coreografia verde não tinha nada de provocação. Ele disse, aliás, que não se incomodou com as dancinhas santistas.
– Se a gente não quiser que eles dancem, é só não deixá-los fazer gols.
Jogaço e bomba santa de Robert
O Palmeiras voltou para o segundo tempo marcando melhor. Trancou o salão de danças para o Peixe e passou a atacar. Como Marcos pediu. O volante Márcio Araújo entrou no lugar do lateral-direito Eduardo, e o Verdão bloqueou as descidas de Neymar pela esquerda. Os jogadores do Peixe já não tinham mais tantos espaços para bailar.
Robinho, apagado desde o primeiro tempo, não pegava na bola. Ganso, que fez um bom primeiro tempo, até ameaçou quando arriscou um chute da intermediária, logo aos três minutos, e obrigou Marcos a fazer grande defesa. No mais, o Verdão era bem mais perigoso. Diego Souza, agora mais calmo, incomodava a defesa santista em chutes de fora. Mas foi de cabeça, aos 11, que ele virou o jogo para o Verdão. Em cobrança de falta da direita, a bola foi desviada no meio do caminho e bateu na trave. Na sobra, Diego Souza completou de cabeça.
E tome dancinha. Diego Souza comandou a coreografia, jogando as mãos para o alto e pedindo para seus companheiros acompanhá-lo. Já tinha virado provocação.
Vendo que a invencibilidade do seu time estava caindo por terra, o técnico Dorival Júnior resolveu mexer no Peixe. Tirou Marquinhos, André e Wesley. Foram substituídos, respectivamente, por Maranhão, Zé Eduardo e Madson.
O jogo se tornou lá e cá, totalmente aberto. O Santos atacava, deixava muitos espaços e o Palmeiras devolvia em contra-ataques bem encaixados. Zé Eduardo teve duas boas chances, ambas defendidas por Marcos. O Verdão respondeu com Robert recebendo livre e mandando para fora.
Como o time alvinegro atuava mais adiantado, com mais jogadores no ataque, acabou sendo inevitável o empate. Aos 35, Ganso achou Madson entrando livre pela esquerda. O baixinho chutou rasteiro, cruzado, de esquerda, e tirou a bola do alcance de Marcos. Estava empatada a partida. E, adivinhem: mais coreografia. Primeiro, ele saiu imitando um porco, depois, levantou-se e deu mais uns passos de dança.
Os santistas saíram como loucos atrás da virada. Neymar, exagerou na empolgação e acertou uma entrada violenta em Pierre, tentando impedir a saída de bola do time adversário. Acabou expulso.
Com um a mais, o Palmeiras achou ainda mais espaços para atacar e acabou dançando por último. Após erro na saída de bola santista, Robert, decisivo, mortal, o melhor dançarino da noite, recebeu pela meia direita, avançou e mandou uma bomba de fora da área. Acertou o ângulo esquerdo de Felipe, que se esticou todo só para sair na foto. Na comemoração, Robert se jogou no chão e se balançou como se tivesse tento um ataque. Uma coreografia mais ousada.
Ao fim, o Santos, que mais tem bailado no Paulistão, acabou dançando conforme a música alviverde.
G1
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