Deu no R7: paraibano Mazinho é citado entre os heróis do Tetra que padecem na aposentadoria
Em campo eles foram heróis e trouxeram, depois de 24 anos, o título de campeão do mundo para o Brasil novamente. Fora das quatro linhas, a estrela dos heróis do tetracampeonato deixou de brilhar.
Após a aposentadoria, nenhum dos craques que disputaram a final contra a Itália em 1994 conseguiu se firmar no mundo do futebol. Alguns, inclusive, tentam trocar a bola pela política, casos de Bebeto e Romário. Outros, como Mauro Silva e Márcio Santos, optaram por viver longe do futebol e se deram bem na nova profissão: a de empresário.
Aposentado em 2005, Mauro Silva optou pela área da construção. Conta que, ainda na época de jogador, tinha o costume de investir o dinheiro que ganhava na Espanha (onde jogou por 13 anos) em imóveis no Brasil. Mas foi depois de pendurar as chuteiras que o volante decidiu que gostaria de trabalhar como empresário do ramo. Hoje ele é sócio de uma incorporadora espanhola.
– Quando eu estava perto de parar, comecei a pensar no que queria fazer. Decidi que queria fazer algo que não fosse tão estressante, que eu pudesse ter fim de semana, uma coisa mais tranquila. E como já me interessava por esse ramo…
O tetracampeão diz que tem saudade do futebol e que as memórias do título ainda são muito vivas, mas afirma que não tem dúvida de ter feito a melhor escolha ao deixar de lado o futebol depois de aposentado.
– Parar de jogar futebol é muito duro, mas como infelizmente eu não posso voltar a jogar, estou feliz com o que faço agora. O mundo empresarial é muito dinâmico, é um desafio, você tem que aprender, estudar, se preparar. Isso me motiva.
Márcio Santos, zagueiro da campanha do tetra, seguiu caminho parecido ao de Mauro Silva. Em Balneário Camboriú (SC), onde mora, ele construiu um shopping e alugou as salas. O empreendimento se chama Shopping Márcio Santos.
Carreira política
A dupla de ataque titular do Brasil na Copa de 1994 tentou se estabelecer no futebol, mas após uma experiência frustrada no América-RJ, Bebeto e Romário tentam a carreira política.
O baiano usa o nome de Bebeto Tetra na tentativa de uma vaga na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Já o Baixinho tem ambições maiores: quer uma vaga na Câmara Federal. No começo do ano, Bebeto treinou o América-RJ, clube que tinha como cartola Romário.
Ofuscados no mundo da bola
A frustrada campanha do Brasil na Copa da África do Sul transformou em vidraça três tetracampeões de 1994. Dunga, em sua primeira experiência como técnico, foi auxiliado por Jorginho e Taffarel no comando da seleção. Antes mesmo do Mundial, Dunga e sua comissão compraram uma briga com os torcedores brasileiros que queriam Neymar e Ganso na Copa. Após a eliminação, Dunga, Jorginho e Taffarel perderam o emprego.
Quem também tenta se firmar na carreira de treinador é Zinho. Recentemente o meia deixou o comando do Miami FC, dos Estados Unidos, e planeja seguir a carreira de técnico no Brasil. O ex-lateral-esquerdo Branco é outro que planeja se tornar treinador. Após trabalhar como coordenador das divisões de base da seleção, Branco foi coordenador técnico do Fluminense.
Aldair e Mazinho são os jogadores mais “desaparecidos” do tetra. O zagueiro se aposentou em 2008, com 43 anos, por um clube de San Marino. Hoje vive entre Ilhéus, sua cidade natal, Vitória e Roma. Já Mazinho mora atualmente na Espanha e tem um filho jogando nas categorias de base do Barcelona e da seleção espanhola. Mauro Silva diz que, por causa da distância, Aldair e Mazinho são os atletas daquele grupo com quem ele menos tem contato.
– Sempre vejo o Bebeto, o Romário, o Zinho. O Parreira é um pai para mim. Pela distância, o Aldair e o Mazinho são os que menos vejo, mas a gente sempre se fala. É sempre uma alegria quando conseguimos nos encontrar.
Cafu e Viola, reservas da seleção do tetra e que jogaram a final contra a Itália, ainda ensaiam a aposentadoria. O lateral deixou o Milan e flertou com algumas equipes do Brasil, mas parece mesmo ter pendurado as chuteiras. Falta o jogo de despedida. O irreverente Viola, hoje com 41 anos, jogou pelo Brusque o Campeonato Catarinense e agora se dedica ao showbol.
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