Alexandre Pato é bom de estreias. No seu primeiro jogo no Morumbi, o atacante correspondeu às expectativas e abriu o caminho para o São Paulo bater o CSA por 3 a 0 – Luis Fabiano completou o placar – e colocar o São Paulo na próxima fase da Copa do Brasil. O Tricolor agora encara o CRB na próxima fase.
Antes de o jogo começar a dúvida era qual seria a recepção ao time, que duas semanas atrás foi eliminado em casa pelo Penapolense no Campeonato Paulista, e ao atacante, recém-chegado de um rival e ainda visto sob desconfiança. Seria Pato o mesmo jogador desligado da sua passagem opaca pelo Corinthians ou mostraria que seu inegável talento não está adormecido?
O JOGO
Logo no início veio o primeiro indício de que a história podia ser diferente. Pato trocou empurrões com Pedro Silva e não se intimidou; com dedo em riste, discutiu asperamente com o adversário, fruto talvez da compreensível tensão depois de tanto tempo dedicados apenas a treinamentos.
Aos 19, a explosão. Maicon acertou passe milimétrico que encontrou Pato, que só teve o trabalho de tocar para o fundo do gol. Ao ver a bola morrer timidamente na rede, o atacante deu um bico na timidez e comemorou com raiva, parecia exorcizar os fantasmas que assombram sua carreira. E teve o nome cantado a plenos pulmões pelos mais de 28 mil torcedores presentes.
Mas se Pato jogou bem em sua estreia no Morumbi, não dá para dizer o mesmo dos seus companheiros. Nem mesmo as duas semanas dedicadas apenas a treinamentos foram capaz de dar uma cara ao time. Em que se pese a mudança tática promovida pela entrada do novo atacante, o rendimento da equipe deixou a desejar.
Mesmo jogando contra um adversário tecnicamente inferior, não foram poucas as vezes em que o São Paulo se viu ameaçado e Rogério Ceni precisou trabalhar mais do que o imaginado. A equipe alagoana poderia ter ido para o intervalo com o jogo empatado.
A proposta de colocar Ganso pela direita funcionou parcialmente. Em alguns momentos o meia parecia perdido e sem saber que faixa de campo ocupar. Osvaldo também sofreu, isolado na esquerda, e esteve longe das boas atuações das últimas partidas.
Ainda assim não foi preciso muito esforço para transformar em gols as poucas oportunidades criadas, especialmente quando se tem um jogador com o calibre de Luis Fabiano.
Em dois lances de cabeça – um, em cobrança de falta de Pato, outro após cruzamento de Alvaro Pereira – o atacante deixou sua marca, chegou aos 189 gols e se igualou a Teixeirinha como terceiro maior artilheiro da história do clube. Festa da torcida, com direito a gritos de olé – um exagero.
Não foi uma exibição primorosa, mas ao menos o torcedor teve um reencontro feliz com o time. É preciso melhorar muito, mas poder contar com Pato dá a Muricy mais uma arma para recolocar o São Paulo na rota dos títulos de expressão.
FICHA TÉCNICA:
SÃO PAULO 3 x 0 CSA
SÃO PAULO – Rogério Ceni; Douglas, Rodrigo Caio, Antonio Carlos e Alvaro Pereira; Souza, Maicon (Wellington) e Ganso (Boschilia); Osvaldo (Pabon), Pato e Luis Fabiano. Técnico: Muricy Ramalho.
CSA – Pantera; Pedro Silva, Léo Bahia, Roberto Dias e Mineiro; Charles Vagner, Lucas (Jerson), Jeferson Maranhense e Daniel Costa; Jean Carioca (Santos) e Diego Clementino (Dinei). Técnico: Marlon Araújo.
GOLS – Alexandre Pato, aos 19 minutos do primeiro tempo. Luis Fabiano, aos 32 e aos 37 minutos do segundo tempo.
CARTÕES AMARELOS – Lucas, Diego Clementino, Jeferson Maranhense, Ganso.
ÁRBITRO – Diego Almeida Real.
RENDA – R$ 309.043,00.
PÚBLICO – 28.742 pagantes.
LOCAL – Estádio do Morumbi, em São Paulo.
Estadão