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Por suspeita de corrupção, sindicato pede quebra de sigilos bancário e telefônico de árbitros

 As suspeitas sobre um possível esquema de corrupção na arbitragem de futebol na Paraíba – que surgiram há duas semanas – estão sendo investigadas, mas ainda não foram esclarecidas. E nesta semana o caso ganhou uma nova repercussão. O Sindicato dos Árbitros de Futebol do Estado da Paraíba (Sinafep) solicitou que o Tribunal de Justiça Desportiva da Paraíba (TJD-PB) quebre os sigilos bancário e telefônico de todos os árbitros que prestam serviços à Federação Paraibana de Futebol (FPF). O pedido foi enviado por escrito, através de ofício, assinado pelo vice-presidente do Sinafep, Genildo Januário, e endereçado ao presidente do TJD-PB, Lionaldo Santos.

 

No documento, enviado à FPF nessa terça-feira, Genildo Januário explica que o pedido para que sejam quebrados os sigilos bancário e telefônico de todos os árbitros é um meio de fazer com que "não pairem dúvidas de imparcialidades no exercício da função". O vice-presidente do Sindicato dos Árbitros ainda se coloca à disposição para também passar pelo procedimento de quebra de sigilos.

 

O dirigente afirma ter confiança de que os árbitros estão dispostos a ajudar a esclarecer todos os pontos que rondam as suspeitas sobre corrupção no futebol paraibano: "certo estou que todos os nossos árbitros estão fazendo o possível para dirimir quaisquer dúvidas que pairem em vossos nomes".

 

Vale lembrar, no entanto, que os tribunal de Justiça Desportiva não têm poder de determinar a quebra de sigilos bancários e telefônicos. Para isso, teria que recorrer à Justiça Comum, esta sim com poder para isso.

 

Entenda o caso

As suspeitas sobre um suposto esquema de corrupção na arbitragem surgiram há duas semanas, quando um áudio – supostamente gravado pelo zagueiro Walter, ex-Botafogo-PB e atualmente no Rio Claro – se tornou público através das redes sociais e rapidamente ganhou repercussão. No áudio, a acusação é de que, em 2015, o Botafogo-PB teria pago para que árbitros lhe favorecessem em campo, e que essa seria uma prática recorrente.

 

De acordo com o que é dito na gravação atribuída a Walter, o repasse do dinheiro (R$ 50 mil) do clube aos árbitros era feito pelo então vice-presidente do Belo, Breno Morais, que hoje é diretor de futebol do Alvinegro. O árbitro João Bosco Sátiro é mencionado no áudio como sendo um dos que teriam recebido para favorecer o Botafogo-PB em um jogo contra o Auto Esporte no hexagonal final do Campeonato Paraibano de 2015.

 

Após esse áudio ganhar repercussão, o zagueiro Walter foi a público através de outro áudio, para garantir que a primeira gravação não era dele e que não tinha qualquer informação sobre esquemas de corrupção na arbitragem da Paraíba. O Botafogo-PB, sentindo-se vítima de uma calúnia, foi à Polícia Civil para que a veracidade do áudio atribuído a Walter fosse analisada.

 

Posteriormente, foi a vez de o Tribunal de Justiça Desportiva da Paraíba entrar na jogada. O TJD-PB abriu inquérito para investigar o suposto esquema de corrupção. Tão logo soube da abertura do inquérito, o departamento jurídico do Botafogo-PB definiu o posicionamento do TJD-PB como sendo precipitado, já que a perícia sobre o primeiro áudio, atribuído a Walter, ainda não havia sido concluída e, portanto, não havia objeto de acusação.

 

O resultado final da perícia da Polícia Civil sobre o áudio deve sair em mais uma semana.

 

Globo Esporte

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