Seleção Brasileira Feminina busca o ouro inédito na França em duelo contra os Estados Unidos neste sábado

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O futebol feminino brasileiro tem hoje a chance de realizar sua maior façanha: ganhar a inédita medalha de ouro olímpica. O jogo contra os Estados Unidos, às 12 horas (de Brasília), no Parque dos Príncipes, em Paris, pode reescrever a história da modalidade no Brasil – há quatro décadas em busca do protagonismo mundial.

Comandada pelo técnico Arthur Elias, líder de um grupo que reúne jogadoras jovens e talentosas e outras experientes de currículo vencedor, cuja maior referência é Marta, a Seleção Brasileira fez a crítica internacional se render à qualidade do futebol apresentado notadamente nas duas partidas de mata-mata, contra a França e a Espanha.

Vibrantes

Nesses jogos, o Brasil encantou pela qualidade técnica, organização tática e a vibração das atletas. Em Nantes, pelas quartas de final, num estádio lotado que embalava os franceses ao som da Marselhesa, as anfitriãs foram batidas por 1 a 0, na primeira vitória da Seleção Brasileira na história do confronto. O gol de Gabi Portilho surgiu numa arrancada veloz da atacante entre duas defensoras adversárias.

Depois, na semifinal, foi a vez da atual campeã mundial, a Espanha, se deparar com uma Seleção Brasileira aplicada e que se agigantou em Marselha. Diante das atuais campeãs mundiais, as jogadoras do Brasil deram uma aula de futebol. Venceram por 4 a 2, com sobras, deixando estateladas as espanholas.

Gabi Portilho, Adriana e Kerolin marcaram para a equipe, que teve ainda a seu favor um gol contra que só foi possível graças a presença de Priscila na área da Espanha.

Vibração de Priscila foi fundamental na partida contra a EspanhaCréditos: Rafael Ribeiro/CBF

Estratégias

Desde a apresentação do grupo em Teresópolis, no início de julho, para a primeira etapa de preparação, Arthur Elias e sua comissão técnica têm trabalhado intensamente vários aspectos. O estudo detalhado do modo de jogar das adversárias, por exemplo, foi uma tarefa diária.

Arthur e seus auxiliares têm sede de vitórias. Sabem identificar os obstáculos e trabalham com soluções. Não há espaço para lamentações. O tempo durante o torneio sempre foi curto entre um jogo e outro e aproveitar pequenos intervalos para novas análises e observações, adaptadas às circunstâncias, fez-se necessário.

Mesmo nas viagens pós-jogos, longas em geral, de trem ou de ônibus, havia a preocupação de pensar adiante. Reuniões a bordo nessas situações foram frequentes, moldadas por paisagens deslumbrantes de campos de girassóis.

Gabi Nunes marcou no jogo de estreia contra a NigériaCréditos: Rafael Ribeiro/CBF

Entrega

Os planos de jogo elaborados para as Olimpíadas de Paris foram postos em prática. Funcionaram bem na estreia contra a Nigéria, uma seleção que estava invicta havia 15 partidas (oficiais), e durante 90 minutos da partida seguinte, em que um pênalti controverso para o Japão aos 45 minutos do segundo tempo mudou o rumo do confronto. Depois, no encerramento da fase de grupos, uma situação atípica marcou aquele duelo contra a Espanha.

A Seleção Brasileira lutaria cerca de 70 minutos com uma jogadora a menos e os últimos 20 minutos com apenas nove atletas em campo. O revés no placar não soou como derrota e dali, do esforço heroico de Antônia, doando-se em campo com uma fratura na perna, que viria a ser constatada no dia seguinte, o grupo saiu mais forte e coeso para a sequência da competição.

Lorena é um dos destaques da SeleçãoCréditos: Rafael Ribeiro/CBF

Preparadas

Outro destaque da Seleção nas Olimpíadas, a meio-campista Angelina alertava as adversárias tão logo se confirmou a classificação do Brasil às quartas de final. “Agora começa uma nova competição e estamos preparadas.”

O discurso poderia ser interpretado como algo protocolar não fosse a reação dela ao ser indagada novamente sobre a participação da Seleção na sequência das Olimpíadas. Com olhar compenetrado, sem hesitar, nem esperou a conclusão da pergunta. “Estamos preparadas!”

Angelina tem forte presença no meio-campo brasileiroCréditos: Rafael Ribeiro/CBF

História

A Seleção Brasileira já tinha disputado duas vezes uma final olímpica: em 2004 e 2008. Em ambas as vezes também contra os Estados Unidos. Ficou com a medalha de prata, embora tenha feito jogos equilibrados e com várias chances de gol. Nessas duas edições, respectivamente em Atenas e Pequim, a Seleção contou com a presença de Marta, que completa neste sábado a sua sexta olimpíada.

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