Ser campeão brasileiro em qualquer uma das séries organizadas pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), é um sonho que poucos clubes realizam. Na Paraíba, apenas o Botafogo levantou a taça da Série D em 2013, ano em que o Campinense conquistou o inédito título da Copa do Nordeste.
O Treze, que no ano passado foi vice campeão da Série D, também quer cravar o seu nome na história e enriquecer a sua galeria de troféus. Há 33 anos, o Galo reivindica o título da Série B de 1986. E até cravou no estádio Presidente Vargas a faixa “Campeão Brasileiro de 1986 da Série B” .
Quatro clubes reivindicam o título nacional. No Estádio Lacerdão, em Caruaru, a casa do Central, também foi colocada a faixa: “Campeão Brasileiro Série B – 1986”. Pleiteado por dois clubes de dois estados diferentes. O Internacional de Limeira e Criciúma também requeressem a “honraria”. Só que o Galo e os outros três clubes querem trocar um fax enviado pela CBF por uma taça de verdade.
A grande questão é que, mesmo com tanta polêmica, a CBF não reconhece nenhum deles e simplesmente não existe um campeão brasileiro da Série B daquele ano.
A competição era dividida em quatro chaves com nove equipes cada, e os vencedores de cada grupo subiriam para a Série A: no caso, Treze, Central de Caruaru, Inter de Limeira e Criciúma. Nunca houve uma fase final entre estes quatro, e por isto a CBF não considera nenhum dos quatro como campeão. A primeira divisão com a participação dos quatro, inclusive, foi realizada naquele mesmo ano, mas só terminou em março de 1987 com o título do São Paulo
Em nota, a CBF afirmou que “os quatro clubes mencionados não são considerados campeões da Série B de 1986:
“A fórmula adotada naquele ano não previa a definição de um ou mais campeões no ápice da competição. Em 1986, os times em questão terminaram a Série B do Campeonato Brasileiro como líderes de seus respectivos grupos e conseguiram a classificação para a 2ª fase da Série A do mesmo ano. O correto seria mencionar o mérito de 1986 como ‘Classificação à Série A’”, explica.
Só que essa história pode mudar e a tão sonhada taça vir para o PV. O novo capítulo dessa história aconteceu na semana passada. O Central levou para o Estádio Lacerdão uma réplica da taça da Série B para fazer a festa antes da partida contra o Jacuipense, pelo mata-mata da Série D. Mesmo sem ser reconhecido pela CBF, o simples ato do time pernambucano reacendeu a esperança de um desfecho nos outros três clubes campeões do Torneio Paralelo de 1986.
Na onda do movimento feito pelo Central, o Treze também planeja ações no sentido de sensibilizar a CBF e a opinião pública. Com relacionamento franco com a nova direção da entidade nacional, a presidenta da Federação Paraibana de Futebol (FPF), Michelle Ramalho, da Paraíba, já avisou que levará o tema à mesa de Rogério Caboclo nos próximos dias.
E como o site oficial não traz referências a títulos nacionais, o campeonato de 1986 acaba esquecido. De qualquer forma, os clubes têm alguns bons argumentos para sensibilizar a entidade a reconhecer o título da Série B.
Oficialmente, o Torneio Paralelo fazia parte da primeira divisão do Campeonato Brasileiro de 1986. Mas suas estatísticas, como artilharia, renda, público – jamais contaram para os números da primeira divisão. Em tese, eram 36 times – quatro grupos de nove – brigando por quatro vagas na segunda fase daquele campeonato. Apenas o campeão de cada um deles avançava.
Treze, Central, Inter de Limeira e Criciúma precisaram disputar oito jogos cada um no Torneio Paralelo de 1986 para vencerem seus respectivos grupos. Pelo regulamento, só havia jogos de ida, em tabela dirigida – quatro jogos em casa e quatro fora. Em meio ao imbróglio, Treze, Central, Inter de Limeira e Criciúma, terminaram a tumultuada competição tem saber quem de fato, seria o campeão reconhecido pela CBF. A competição não teve taça nem volta olímpica.
Severino Lopes
PB Agora
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