Há um pouco mais de três meses, por meio de um decreto, a Federação Paraibana de Futebol (FPF) resolveu suspender o Campeonato Paraibano por tempo indeterminado, em virtude da pandemia do novo coronavírus. No mesmo dia 18 de março, foi também o dia do último jogo. Botafogo-PB e Sousa empataram em 1 a 1, no Estádio Almeidão, e, desde lá, as bolas ficaram guardadas e os estádios fechados. Tudo mudou, mas ontem (18) apareceu uma luz no fim do túnel a FPF reunidos com os dirigentes dos principais clubes paraibanos, decidiram a volta dos jogos em julho, a partir do dia 18 com o jogo atrasado entre Botafogo e Campinense, no Almeidão.
Ainda de acordo com a FPF, o retorno aos treinamentos deve ocorrer até o próximo dia 29, podendo alguns clubes reiniciar as suas atividades antes desta data, como desejam os clubes de Campina Grande, que se reúnem hoje pela manhã com o prefeito Romero Rodrigues e, na pauta, os protocolos a serem adotados. A intenção dos clubes Campinense, Perilima e Treze é de retomar as atividades na próxima semana. Os treinos somente serão autorizados seguindo protocolos estabelecidos pelos órgãos de saúde como prevenção ao coronavirus, realizando testes nos jogadores e demais envolvidos, cuidados com a higienização, entre outras determinações. Paralisado desde o dia 18 de março, o Campeonato Estadual ainda possui duas rodadas (9ª e 10ª) para concluir a primeira fase, além do jogo acima citado.
Contra a volta – Pela imprensa três clubes se manifestaram até a manhã de quarta-feira (17) contra a continuação do campeonato e defendem o enceramento, sem se saber quem será o campeão e simplesmente começar do zero no próximo ano. São eles, o Sport Lagoa Seca, o Nacional de Patos e o Sousa. Os clubes já dissolveram os elencos e nem pensam em voltar para a competição. O presidente do Nacional de Patos, Cleodon Bezerra, por exemplo, já admitiu que o clube está totalmente quebrado.
“Nós temos cerca de R$ 500 mil para receber da Prefeitura Municipal de Patos e do programa de incentivo ao esporte do Governo do Estado. Fizemos um planejamento contando com esta verba e agora não temos como saldar nossos compromissos. Não temos mais elenco profissional e as mínimas condições de formar uma nova equipe para disputar apenas poucos jogos do Paraibano”, disse o dirigente do canário do Sertão.
No Sousa, a situação não é muito diferente. O presidente Aldeone Abrantes diz não ter mais recursos para pagar o que deve aos jogadores, comissão técnica e funcionários, muito menos para formar um outro time para o restante dos jogos do Paraibano.
“Tenho dito há vários dias, que o Sousa só pensará na volta deste campeonato, caso receba a verba do programa de incentivo ao esporte do Governo do Estado. Sem essa verba, não existe mais campeonato para o Dinossauro. Só quem quer esse final de campeonato é quem recebeu ajuda da CBF, os demais estão todos mendigando e cheio de dívidas para pagar”, concluiu.
A volta do Campeonato Paraibano 2020, há muito tempo, deixou de ser uma unanimidade entre os clubes. Botafogo, Treze, Campinense, Atlético e São Paulo são os que mais querem a continuação da competição, que vai decidir vagas para a Copa do Nordeste, Copa do Brasil e Brasileiro da Série D do próximo ano. Para os quatro primeiros, estão em jogo as vagas para estas competições e o próprio título de campeão estadual 2020. Já para o São Paulo, o interesse é evitar o rebaixamento, já que o clube é o último colocado do grupo B, mas ainda com chances de escapar da degola. Para os dirigentes destes clubes, o campeonato tem que ser concluído.
A Perilima de Campina Grande permanece neutra, por um motivo muito simples. O clube não tem mais condições de chegar às semifinais e também não será rebaixada, já está garantida no Paraibano de 2021. Diante do quadro, o clube dispensou os atletas profissionais, e se tiver de participar do resto da competição, será com um time de garotos, que participou, no início do ano, da Copa São Paulo de Futebol Junior.
Redação