Três dias após sofrer a goleada histórica por 5 a 0 para Avaí, que culminou com a saída do técnico Adílson Batista, o Vasco vira a chave da Série B para a Copa do Brasil, mas se mantém pressionado. Na véspera do segundo jogo das oitavas de final, nesta terça-feira, diante do ABC-RN, na Arena das Dunas, membros de uma torcida organizada foram a São Januário para fazer cobranças dentro do vestiário.
Um aperitivo do que o próximo treinador vai encontrar. Desempregado desde a saída do Grêmio, Enderson Moreira já sinalizou com valores e chega a Natal hoje para finalizar a contratação, conforme antecipou o Blog Futebol, Coisa & Tal.
Enquanto isso, no Rio, a diretoria assistiu com passividade a entrada de 10 torcedores no local de treino, em plena segunda-feira. O preparador de goleiros Carlos Germano e o atacante Thalles dialogaram com o grupo, mas eles queriam uma reunião e não foram atendidos. Revoltados, chegaram a ameaçar os jornalistas.
Sob tensão, o auxiliar técnico Jorge Luiz preparou o time que entra em campo precisando de uma vitória ou empate por mais de um gol, depois do 1 a 1 semana passada. O 0 a 0 classifica o ABC.
— Vestiário é do jogador. De quem trabalha. Entrar no vestiário não existe. Impossível. O torcedor paga ingresso e tem direito de se manifestar, mas lá fora, na rua — posicionou-se o volante Guiñazu, capitão do time.
Assim que ele e os demais jogadores entraram no gramado, o grupo de torcedores entrou pela social e foi direto para o lado do campo chamar Carlos Germano. O preparador de goleiros parou a atividade e foi até a lateral ouvir as reclamações. Em seguida, falou com o goleiro Martin Silva, que não se animou para nenhuma conversa.
O diretor de futebol, Rodrigo Caetano, assistiu a tudo de longe e não interferiu. Nenhum membro da diretoria estava no gramado e seguranças particulares tentaram acalmar os ânimos.
O presidente Roberto Dinamite também foi cobrado. Com eleições a caminho, só as vitórias podem dar o mínimo de tranquilidade para o futebol do Vasco.
Time muda de novo
O interino Jorge Luiz manteve a base do time que costumava ser escalado por Adilson, mas mudou algumas peças e seus posicionamentos no Vasco que enfrenta o ABC-RN na Arena das Dunas.
Com o desfalque de Martín Silva, que não foi liberado dos amistosos pela federação uruguaia, Diogo Silva volta ao gol. Na lateral-direita, Diego Renan retorna de lesão e assume o lugar de Carlos César, que também tteve um problema muscular.
Com a suspensão de Fabrício, que foi expulso no jogo de ida, a marcação ficará por conta de Aranda e Guiñazú. Este último não atuou pelo acúmulo de cartões amarelos no sábado, contra o Avaí.
Na frente, em vez da linha de três meias com Montoya, Douglas e Maxi Rodriguez que estava tendo chances com Adilson, Jorge Luiz preferiu reeditar a dupla Dakson e Dougla sem o uruguaio recém-contratado. Montoya passa a jogar mais solto ao lado de Kleber no ataque.
O Gladiador, que também não atuou no sábado por conta da punição aplicada pelo STJD, retorna na Copa do Brasil e desfalca o time novamente no sábado, pela Série B, diante do América-MG.
Os advogados do Vasco conseguiram um efeito suspensivo parcial que reduziu a pena de três para dois jogos, inicialmente. Até ser julgado novamente no Pleno, o jogador não precisa cumprir o terceiro jogo. Depois da goleada para o Avaí, Kleber disse que os jogadores tinham que chamar a responsabilidade. Guiñazú não gostou.
— Aqui cada um cumpre sua função. Pguntem para ele. Estamos todos no direito de falar. Todos sabem se pode dar mais — disparou.
O Vasco continua contando com seu artilheiro. Para o bem e para o mal.
Globo.com