Vice-campeão paulista em 1990, o Novorizontino prepara a sua volta ao futebol profissional com a ajuda de jogadores que foram revelados pelo time e fizeram sucesso em grandes clubes. Entre as pessoas que estão à frente do projeto de reestruturação da equipe estão Alessandro Cambalhota, atacante que jogou por Santos, Corinthians e Vasco, e Luis Carlos Goiano, ex-volante com passagens por São Paulo e Grêmio. Os dois são sócios minoritários na empreitada.
Novorizontino se filou novamente à Federação Paulista de Futebol após inatividade que durou quase 12 anos; time volta ao profissionalismo em 2011.
.Goiano, que chegou a ser técnico do Barueri (atual Grêmio Prudente) durante o Campeonato Brasileiro de 2009 e comandou o Mirassol em duas partidas do Campeonato Paulista deste ano, afirmou que pretende seguir sua carreira de treinador e que espera contribuir paralelamente com o Novorizontino.
– Eu fui chamado [para o projeto] por ser uma pessoa conhecida. Os dirigentes acham que eu posso contribuir para divulgar o nome do clube nacionalmente. Se eu receber uma proposta de outra equipe, vou analisar e posso aceitar.
Aos 36 anos, Alessandro ainda joga futebol profissionalmente. Atualmente, está no Linense, clube que disputa a Série A-2 do Campeonato Paulista e ainda luta para subir para a elite do Estadual. O jogador, que ficou famoso nacionalmente por comemorar seus gols com uma cambalhota, disse que o projeto com o Novorizontino não o fará abandonar a carreira.
– Pretendo continuar jogando. Já recebi algumas propostas de outros clubes e estou analisando, mas espero contribuir com o pessoal de Novo Horizonte .
Novos rumos
Até 1994, o Novorizontino era de propriedade do usineiro Jorge Ismael de Biasi, que bancou e deu seu nome ao estádio do time. Naquele ano, o empresário decidiu arrendar o clube para o ex-presidente da CBF, Nabi Abi Chedid, e seu filho, Marco Antônio Abi Chedid.
Em três anos de administração, os dois conseguiram acumular uma dívida de R$ 5 milhões, de acordo com Alex Sandro Pereira, presidente do atual Novorizontino. Em 1996, último ano da equipe na primeira divisão paulista, transferiram os jogos do time para as vizinhas cidades de Mirassol e Catanduva, o que fez com que ambos passassem a ser odiados em Novo Horizonte.
Com a queda para a segunda divisão, a família Chedid abandonou a administração do clube em 1997. A sobrevivência até 1998 só aconteceu porque empresários de Novo Horizonte assumiram a administração do clube. Em 199, sem recursos, o time se desfiliou da FPF (Federação Paulista de Futebol(.
..Na verdade, o Grêmio Novorizontino que renasceu em 2010 não é juridicamente o mesmo que morreu há mais de dez anos. Para não ter que arcar com as dívidas deixadas por Nabi e seu filho, os atuais dirigentes tiraram o “Esportivo” do nome da entidade, que tem ainda outro CNPJ.
Para poderem registrar o Novorizontino novamente na FPF, os atuais dirigentes tiveram que levantar R$ 500 mil, valor da taxa cobrada pela entidade para filiação de novas agremiações. A maior parte desse dinheiro foi disponibilizada pelos herdeiros de Jorge Ismael de Biasi, morto em 1997.
Em 2010, o Novorizontino vai disputar apenas torneios das categorias de base promovidos pela Federação Paulista. No ano que vem, a pretensão é inscrever um time, ainda a ser montado, na quarta divisão estadual.
De acordo com o novo presidente do clube, Alex Sandro Pereira, a intenção da nova administração é investir nas categorias de base.
– A nossa intenção é revelar jogadores, que sempre foi uma característica muito forte do antigo Novorizontino.
Um dos principais desafios dos novos comandantes é reformar o estádio Jorge Ismael de Biasi, que era referência no interior paulista, mas que ficou abandonado com o fim do clube. Para isso, Alex Sandro Pereira espera contar com um apoio que vem se tornando comum no futebol brasileiro, vide os casos de Grêmio Prudente e São Caetano.
– Inicialmente, a prefeitura de Novo Horizonte se comprometeu a contribuir com R$ 10 mil reais mensais.
R7