Brasileiro subestimou o desafiante com provocações no ringue e sofreu o nocaute histórico no UFC 162
Anderson Silva estava certo: o único homem que poderia derrotá-lo era ele mesmo. E foi com uma postura equivocada e inexplicável, abaixando a guarda, brincando e pedindo para ser golpeado, que ele perdeu pela primeira vez no UFC, para Chris Weidman. O americano de 29 anos surpreendeu e nocauteou o brasileiro, de 38 anos, no segundo assalto, na madrugada deste domingo no UFC 162, em Las Vegas, na MGM Grand Arena. A derrota interrompe o recorde de vitórias (já eram catorze) e defesas de títulos (dez) do brasileiro, que deve ter seu futuro decidido nas próximas horas, quando os organizadores do evento participarão de uma entrevista – é provável que ele ganhe uma revanche imediata contra o novo campeão. Mas Anderson Silva não deve nem estar pensando em aposentar as luvas. Além de ter outras dez lutas em contrato com UFC, o brasileiro é viciado em novos desafios e certamente treinará em dobro para voltar ao octógono e tentar recuperar seu cinturão – desta vez, de preferência, lutando de forma séria, sem passar a luta toda provocando o oponente.
Outras lutas da noite
Boa surpresa – O brasileiro Charles do Bronx bem que tentou, mas não conseguiu derrotar o americano Frankie Edgar, em grande luta, na categoria peso-pena, neste sábado, no UFC 162, em Las Vegas. Do Bronx até começou melhor o primeiro round, mas não conseguiu manter a superioridade no decorrer do combate e perdeu por decisão unânime dos juízes. O americano foi bem no segundo assalto, acertou socos em uma velocidade incrível e preferiu esperar para ter uma oportunidade mais clara de terminar a luta. No começo do terceiro round, Frankie Edgar deixou o adversário tonto ao acertar alguns golpes no queixo do brasileiro. No meio do round, foi a vez de Charles do Bronx quase conseguir derrubar o rival com seus socos. O que se viu nos minutos finais foi um show de trocação, com Edgar acertando joelhadas voadoras e o brasileiro conseguindo encaixar boas sequências com seus cruzados. É certo que Charles do Bronx era zebra, mas ele conseguiu surpreender positivamente todos que assistiram ao combate.
Derrota brasileira – Roger Gracie não teve um bom desempenho em sua estreia no UFC. Tentando representar bem as tradições da família, ele insistiu no jiu-jitsu, mas levou a pior contra Tim Kennedy, na categoria peso-médio. O americano conseguiu escapar das tentativas de finalização, foi melhor na luta em pé, aproveitou o desgaste físico do brasileiro e venceu por decisão dos juízes. Chamou atenção a falta de fôlego de Gracie, que depois de um início razoável foi superado no segundo round e nada fez no terceiro e decisivo assalto. Na primeira luta do card principal, o americano Cub Swanson nocauteou o russo Dennis Siver no terceiro round, entre os penas. Siver começou melhor e dominou o primeiro round no chão, mas não resistiu aos fortes golpes de Swanson, que aproveitou melhor seus ataques e soube cadenciar seu jogo para conseguir nocautear no momento certo. O americano apostou nos chutes altos, acertou bons socos e terminou a luta com o ground and pound. O juiz demorou a interromper a luta, mas Swanson parou de bater ao perceber que Siver não respondia mais aos seus golpes.
Volta por cima – Logo depois, o americano Mark Munoz deu um show ao vencer Tim Boetsch por decisão dos juízes, entre os médios. Munoz voltou a lutar depois de quase um ano parado, período em que entrou em depressão e engordou mais de 30 quilos. Ele explorou bem as quedas, abusou do seu ground and pound e teve duas chances claras para finalizar, mas terminou o terceiro round pulando para furar o bloqueio de Boestch e acertá-lo com socos espetaculares. No card preliminar do UFC 162, um dos destaques foi um brasileiro. Gabriel Napão Gonzaga precisou de apenas dezessete segundos para nocautear o americano Dave Herman com um soco certeiro no queixo. Com o oponente no chão, Napão desferiu mais socos e Herman até tentou uma reação, mas a arbitragem intercedeu, interrompendo o combate. Na luta anterior, o carioca Edson Barboza também conseguiu um belo nocaute ao acertar vários chutes no joelho do pernambucano Rafaello Trator.
Nocautes – A primeira vitória do evento foi do americano Mike Pierce, que nocauteou David Mitchell, nos meio-médios. Logo depois, Brian Melancon estreou no UFC com um impressionante nocaute, no último segundo do primeiro round, sobre Seth Baczynski, também nos meio-médios. A terceira luta da noite foi entre os brasileiros Barboza e Trator, nos leves. Trator até tentou levar a luta para o chão, mas Barboza insistiu no combate em pé, abusou dos chutes e conseguiu o nocaute ao castigar repetidamente o joelho do adversário. Na sequência, Gabriel Napão não deixou Dave Herman nem se aquecer: depois de uma tentativa de chute do americano, acertou um contra-ataque demolidor e assegurou a vitória. A primeira luta a ser decidida pelos juízes foi entre Norman Parke e Kazuki Tokudome, entre os leves. O confronto foi bastante movimentado, com várias chances de nocaute, mas Parke venceu por decisão unanime. Fechando o card preliminar, Andrew Craig derrotou Chris Leben (primeira vítima de Anderson Silva no UFC) por decisão dividida, superando a notável resistência do atleta derrotado, que foi muito castigado mas conseguiu chegar ao fim da luta.
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