O São Paulo contratou Wellington Nem, do Shakhtar Donetsk, por empréstimo de um ano (gratuito, de acordo com o clube). O acerto anunciado na última quarta-feira só seria viável dessa maneira, como o próprio diretor-executivo Marco Aurélio Cunha havia adiantado. Antes mesmo de chegar ao Brasil, o meia-atacante falou em permanecer mais tempo no Morumbi e admitiu procura do Fluminense, clube onde foi revelado e que tentou sua contratação em janeiro.
Em entrevista ao GloboEsporte.com, Nem disse que a tentativa do Flu não deu certo e destacou o esforço do São Paulo para conseguir sua contratação, diante da dificuldade de negociar com os ucranianos. O representante enviado pelo clube do Morumbi para realizar a operação foi o advogado Alexandre Pássaro, responsável jurídico pelos contratos do futebol. Ele ficou mais de uma semana no país em silêncio para não despertar o mercado sobre o atleta.
Antes de fechar com o Tricolor, Wellington Nem pegou informações do clube com Bruno e Carlinhos, companheiros da época de Fluminense, além do volante Wellington. Ele também disse que é possível jogar ao lado de Cueva, destaque do time que liderou a goleada por 4 a 0 sobre o rival Corinthians, no último sábado.
– Dá, sim, para jogar (com Cueva). Tem de juntar os melhores e formar um bom time.
Desde junho de 2013 até novembro de 2016, Nem fez 51 jogos e nove gols pelo Shakthar. O meia-atacante teve lesão no púbis e operou o menisco do joelho direito, mas está 100% há mais de um ano. Ele também perdeu espaço durante um período por não se dar bem com o ex-técnico, o romeno Mercearia Lucescu. Seu contrato é válido até 2018 com o clube da Ucrânia.
Como se sente depois de assinar com o São Paulo e voltar ao Brasil?
– Estou muito feliz de voltar ao Brasil e vestir a camisa do São Paulo, um clube de tradição e que tem todos os títulos possíveis. É uma felicidade imensa poder voltar ao Brasil, ficar perto da família e vestir a camisa do São Paulo, um clube com uma torcida maravilhosa e uma das melhores estruturas do Brasil. Estou contente e doido para vestir a camisa.
Estou muito feliz de voltar ao Brasil e vestir a camisa do São Paulo, um clube de tradição e que tem todos os títulos possíveis. É uma felicidade imensa poder voltar ao Brasil, ficar perto da família e vestir essa camisa
Wellington Nem
Conhece alguém do atual elenco do clube?
– Bruno, Carlinhos e Wellington. Falei com Wellington e Bruno também sobre o interesse do São Paulo. Eles falaram: "Vem logo!". Disseram que estavam me esperando.
Outros clubes brasileiros entraram em contato?
– Procuraram, mas quando o São Paulo me ligou eu já tinha descartado outros clubes. A prioridade era o São Paulo, conversávamos havia algum tempo.
O Fluminense procurou? E o esforço do São Paulo fez diferença?
– O Fluminense me procurou, mas não deu certo. O São Paulo veio até a Ucrânia, ficou uma semana trabalhando, de manhã até de noite, brigando pela minha ida. Houve esforço de todos, do presidente, trabalhando todos os dias, porque negociar com os ucranianos não é fácil.
Você fez 51 jogos e nove gols em três anos. Por que não atuou com tanta frequência no Shakhtar?
– No primeiro ano me machuquei, foi difícil. Não pude jogar. Depois, nos outros anos o técnico não se dava bem comigo, mas na maioria dos jogos como titular fiz gol. A maior parte dos jogos entrava 5 ou 10 minutos. Mas isso é passado, agora quero vestir a camisa do São Paulo e conquistar títulos.
O mais importante agora, então, é jogar com frequência no São Paulo?
– O mais importante é chegar no São Paulo, ficar perto dos meus amigos e família, começar a jogar e ser feliz, para poder ficar mais tempo no São Paulo. Vou trabalhar para isso. Primeiramente quero me readaptar ao futebol brasileiro nesses primeiros meses.
Seu estilo de jogo mudou depois de três anos fora do Brasil ou continua ofensivo?
– São as mesmas características, não pode perder. O que mudou é que agora defendo mais do que antes. Na Ucrânia todos têm de marcar.
Que a torcida do São Paulo apoie a gente em 2017, que seja um ano muito vitorioso e que nós possamos conseguir os títulos juntos. A torcida pode esperar um cara dedicado
Wellington Nem
O nascimento do seu filho Miguel teve influência para essa volta ao Brasil?
– Estava longe, passando sufoco, meu filho é a coisa mais especial que eu tenho, agora estou voltando. Ele nasceu no dia 21 de setembro, no Rio de Janeiro.
Conhece algo da cidade de São Paulo ou só de passagem? E vai fazer muita ponte aérea para o Rio?
– Só de passagem, não conheço nada. Não, vou ficar bem concentrado no clube (risos).
O que tem a dizer aos torcedores do Fluminense que esperavam a sua volta por você ter identificação com o clube?
– Tenho carinho pelo Fluminense e nunca vou esquecer. É o meu clube formador, onde ganhei títulos. Agora é São Paulo.
Em qual posição prefere jogar ? E dá para atuar ao lado do Cueva? Ele tem sido o destaque do time…
– Prefiro jogar aberto pelo lado direito, para cortar para o meio. Dá, sim, para jogar. Tem de juntar os melhores e formar um bom time.
O que pode dizer ao torcedor do São Paulo?
– Que a torcida do São Paulo apoie a gente em 2017, que seja um ano muito vitorioso e que nós possamos conseguir os títulos juntos. A torcida pode esperar um cara que vai se dedicar.
Globo.com