O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Robert Gates, disse neste domingo (20) que matar o líder líbio Muammar Gaddafi no marco da operação militar aliada Odyssey Dawn (Aurora da Odisseia, em tradução aproximada) seria "insensato".
Seus comentários à imprensa a bordo do avião que o leva à Rússia para uma viagem de três dias chegam depois que o vice-almirante, William Gortney, assegurou que a operação aliada não tem como alvo Gaddafi.
Gortney assinalou também que os ataques para destruir as defesas antiaéreas líbias e assegurar a zona de exclusão aérea no país, imposta pela resolução 1973 do Conselho de Segurança das Nações Unidas, não tem como objetivo o complexo residencial de Gaddafi em Trípoli.
Mesmo assim, um oficial das forças da coalizão disse à rede de televisão CNN que mísseis aliados causaram grandes danos em um prédio de vários andares no complexo residencial do ditador líbio.
O funcionário afirmou que o alvo foi atacado por conter equipamentos militares e o objetivo era diminuir o poder de fogo das tropas líbias. Ele assegurou que nem Gaddafi, nem a sua residência, eram alvos previstos pela coalizão.
Segundo relatou um oficial do governo da Líbia à CNN, foi aberto um buraco de 137 m de diâmetro no telhado do prédio. Ainda de acordo com a rede americana, a área que foi bombardeada é a mesma atacada em 1986 pelos Estados Unidos, durante a Presidência de Ronald Reagan, ocasião em que 60 pessoas morreram, inclusive uma filha menor do ditador.
O correspondente da BBC em Trípoli disse que uma nuvem de fumaça foi vista saindo da área de Bab al Aziziya, onde ficam a base militar e o complexo onde vive Gaddafi.
Otan não chega a consenso sobre intervenção militar
Enquanto a operação Aurora da Odisseia já começou, os países da Otan (aliança militar do Ocidente) aprovaram neste domingo um embargo contra a Líbia, embora não tenham chegado a um consenso sobre uma possível intervenção militar.
Os embaixadores dos 28 membros da Otan, que conta com posturas discordantes sobre uma ação armada contra o regime de Muammar Gaddafi. O objetivo do grupo, reunido em Bruxelas, continua sendo fechar essa fase de planejamento e deixar tudo pronto para atuar caso seja decidida a intervenção nos próximos dias.
Enquanto isso, o governo britânico declarou confiar que a Otan substituirá os EUA na direção e controle das operações militares internacionais para aplicar a zona de exclusão aérea sobre a Líbia.
No entanto, a participação formal da Otan na operação pode ser dificultada pela postura da Turquia e da Alemanha, dois membros que se opuseram até agora e que deixaram claro que suas forças não intervirão.
Para que a Otan participe da ação internacional contra Gaddafi, esses dois governos teriam que dar seu sinal verde, pois a Aliança toma suas decisões por unanimidade.
R7