O embaixador da Coreia do Norte nas Nações Unidas (ONU), Kim In Ryong, alertou nesta segunda-feira (17) para o risco de uma "guerra nuclear" na península coreana, que vem presenciando uma escalada na tensão nas últimas semanas.
Segundo o diplomata, os Estados Unidos estão "perturbando a paz e a estabilidade globais, insistindo em uma lógica de gângster". Recentemente, Washington deslocou um porta-aviões e navios antimísseis para a região e prometeu agir unilateralmente caso Pyongyang continue realizando testes nucleares e balísticos.
As declarações do embaixador foram dadas poucas horas depois da visita do vice-presidente dos EUA, Mike Pence, à zona desmilitarizada na fronteira entre a Coreia do Sul e a do Norte, parada que não estava prevista na agenda de sua viagem de 10 dias pela Ásia.
Pence foi à base militar norte-americana de Camp Bonifas, a apenas 4 km da zona desmilitarizada, e disse que a era da "paciência estratégica" com o regime de Kim Jong-un "terminou". O vice de Donald Trump afirmou que os Estados Unidos e seus aliados usarão "meios pacíficos ou, em última análise, qualquer meio necessário" para "estabilizar" a região.
O último teste balístico da Coreia do Norte ocorreu no domingo passado (16), mas o míssil explodiu pouco depois do lançamento. "Conduziremos outros testes balísticos com base semanal, mensal e anual", disse nesta segunda à rede britânica "BBC" o vice-ministro das Relações Exteriores de Pyongyang, Han Song-ryol.
Por sua vez, Trump, em breve comentário à "CNN", suavizou a retórica dos últimos dias e afirmou esperar que seja possível uma "solução pacífica" para as tensões na península coreana. Já a China, que no fim de semana havia alertado que EUA e Coreia do Norte estavam "a um passo da guerra", cobrou o fim das provocações.
O objetivo de Pequim é retomar o diálogo multilateral, que envolve também os vizinhos Rússia e Japão e está congelado desde dezembro de 2008. Tanto Moscou quanto Tóquio também pediram diálogo para reduzir as tensões.
Os recentes bombardeios norte-americanos na Síria e no Afeganistão aumentaram os temores na Ásia de que o país possa também golpear o regime de Kim Jong-un, que já prometeu "reagir" a eventuais "agressões" de Washington.
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