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Crise europeia derruba líderes no poder: Berlusconi, Papandreou e José Socrates

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 Nos últimos dias, os líderes dos governos da Itália e da Grécia, Silvio Berlusconi e Georges Papandreou, anunciaram suas renúncias, mas eles não serão os únicos derrubados pela crise, afirmam especialistas.

Berlusconi renunciou após a aprovação das medidas de austeridade prometidas à UE no Parlamento, neste sábado (12).

"Com a Itália, serão dez o número de governos da União Europeia", que desde 2010 tiveram eleições antecipadas ou líderes políticos derrubados, disse Jean-Dominique Giuliani, presidente da Fundação Schumann.

Na Grécia, o socialista Papandreou anunciou sua saída do cargo após uma semana de agitações políticas e sociais seguidas pela alta volatilidade dos mercados.

A crise também desestabilizou os governos de Portugal, Irlanda, Reino Unido, Hungria, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia e Espanha.

Em Portugal, o ex-primeiro-ministro, José Socrates, renunciou em março, depois que o Parlamento rejeitou seu plano para reduzir o déficit.

As perspectivas ainda não são boas para Lisboa. O atual governo de centro-direita de Pedro Passos Coelho enfrentará em 2012 uma contração de 2,8% de seu PIB.

Apesar da ajuda financeira da UE e do FMI desde maio, Portugal será obrigado a realizar mais reformas draconianas nos próximos três anos em troca de um empréstimo de 78 bilhões de euros.

Pressionado pela crise, o chefe de Governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, foi forçado a adiantar as eleições gerais para o dia 20 de novembro. Todas as pesquisas de opinião indicam que o PP (Partido Popular de direita) do candidato Mariano Rajoy derrotará os socialistas, no poder desde 2004.

A crise "também tem grandes chances de acertar a (chanceler alemã, Angela) Merkel e o presidente francês, Nicolas Sarkozy devido a sua estrepitosa gestão", opinou Peter Morici, da Universidade de Maryland.

Sarkozy deverá fazer malabarismo para reverter sua baixa popularidade (36%). O candidato socialista, François Hollande, é o favorito na eleição presidencial daqui a seis meses.

"Por toda parte na Europa, existe um eleitorado que protesta contra os planos" da Eurozona, afirmou Charles Kupchan, ex-diretor de assuntos europeus no Conselho de Segurança Nacional.

Em momentos críticos como este, os especialistas alertam contra o "forte aumento do populismo" na Europa.

Segundo estudo recente do centro britânico Demos, baseado em redes sociais, a extrema-direita aumentou entre os jovens da UE.

Contudo, a crise provocou o fortalecimento de movimentos sociais como "os indignados", que desde seu início na Espanha, propagaram-se por todo o mundo, gerando enormes manifestações de protesto contra o sistema financeiro.

AFP

 

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