O líder espiritual Dalai Lama anunciou nesta quinta-feira (10) a decisão de ceder o poder político formal que ostenta como chefe das autoridades tibetanas no exílio a um representante "livremente eleito".
Em comunicado, o Dalai Lama explicou que na próxima sessão do Parlamento, que terá início na segunda-feira (14), proporá "formalmente" uma emenda à Constituição para tornar possível seu desejo de "transferir a autoridade" a um líder eleito.
Com 75 anos, o líder espiritual e político dos tibetanos, exilado na Índia, assegurou que a decisão "não tem relação com uma vontade de se esquivar de responsabilidades" e lembrou que vem propondo sua aposentadoria há muito tempo.
"Desde a década de 1960, manifestei que os tibetanos necessitam de um líder livremente eleito pelo povo tibetano, a quem eu possa delegar o poder. Agora, claramente chegou o momento de pôr isto em prática", expressou o Dalai Lama.
O líder negou que isto signifique que se sente "desanimado" e prometeu seguir cumprindo com sua parte na "causa justa do Tibete".
No comunicado, o Dalai Lama repassou os poucos avanços nas negociações com a China sobre o futuro do Tibete, para o qual voltou a reivindicar uma "autonomia genuína".
Também mencionou a "notável luta não-violenta pela liberdade e a democracia" em vários países do norte da África, em alusão às rebeliões em Tunísia, Egito e Líbia.
"Devemos esperar que todas estas mudanças inspiradoras conduzam à liberdade, à felicidade e à prosperidade genuínas dos povos desses países", disse.
O Dalai Lama teve alguns problemas de saúde nos últimos anos, o que o obrigou a relaxar sua agenda oficial, embora as viagens ao exterior, as reuniões com líderes e os seminários de filosofia e prática budista continuem frequentes.
O líder vive em Dharamsala, na Índia, país que acolhe cerca de 130 mil refugiados tibetanos.
G1
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