O papa Francisco pediu nesta terça-feira aos dirigentes do mundo para não permitirem que "os sinais de destruição" guiem o mundo, na homilia da missa de inauguração de seu Pontificado na Praça São Pedro do Vaticano. Francisco também ressaltou que o poder do pontífice é o serviço aos outros, "especialmente aos mais pobres, aos mais frágeis, aos menores, ao faminto, ao sedento, ao forasteiro, ao desnudo, ao doente e ao preso".
"Não deixemos que os sinais de destruição e de morte acompanhem o caminho deste nosso mundo", disse o Papa a "todos os que ocupam postos de responsabilidade nos âmbitos econômico, político e social", diante de vários chefes de Estado e de Governo. "Sejamos guardiões da criação, do desígnio de Deus inscrito na natureza, guardiões do outro, do ambiente; não deixemos que sinais de destruição e morte acompanhem o caminho deste nosso mundo", disse Francisco.
O Papa pediu ainda que todos mantenham a esperança, mesmo nos momentos mais difíceis. Citou várias passagens bíblicas e mencionou repetidas vezes a palavra responsabilidade.
Pelo menos 132 países enviaram delegações. A presidenta Dilma Rousseff participou da missa acompanhada por uma comitiva de ministros e assessores. Estão presentes 32 líderes de distintas religiões, segundo o Vaticano.
Francisco manteve o tom de suas falas anteriores e reiterou que sua visão do Papado coloca suas funções a serviço dos mais pobres. "Certamente, Jesus Cristo deu um poder a Pedro, mas de que poder se trata? Nunca esqueçamos que o verdadeiro poder é servir, e que também o Papa, para exercer este poder, deve entrar cada vez mais nesse serviço que tem seu auge luminoso na cruz. Deve pôr seus olhos no serviço humilde, concreto, rico de fé", afirmou o Papa na homilia da missa de início de pontificado.
O jesuíta acrescentou que o Papa deve abrir os braços para guardar todo o povo de Deus e acolher com afeto e ternura toda a humanidade, "especialmente os mais pobres, os mais fracos, os menores. Estes aos quais Mateus descreve no juízo final sobre a caridade: ao faminto, ao sedento, ao forasteiro, ao desnudo, ao doente, ao prisioneiro".
O Papa reiterou ainda que há sentimentos, como o ódio, a inveja e o orgulho, que "sujam a vida". "Lembremo-nos de que o ódio, a inveja, o orgulho sujam a vida. Guardar quer dizer vigiar sobre os nossos sentimentos, o nosso coração, porque é dele que saem as boas intenções e as más: aquelas que edificam e as que destroem".
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