As enchentes que deixaram ao menos 1.600 mortos e uma crise sanitária no norte do Paquistão, com milhares de casos de diarreia e infecções de pele, atingiram neste domingo centenas de povoados no sul do país.
As chuvas de monção que causaram este dramático cenário deixaram ao menos 15% do território paquistanês alagado, segundo fontes oficiais.
"A situação continua piorando na província de Sindh (sul). Muitas zonas inundaram total ou parcialmente. Calculamos que nas últimas horas entre 330 e 340 povoados ficaram alagados", afirmou o porta-voz da Autoridade Nacional de Gestão de Desastres (NDMA) Ahmad Kamal.
Homem caminha por região completamente alagada de Pannu Aqil, na Província de Sindh, no sul do Paquistão
A força e quantidade das águas causaram o rompimento de duas grandes represas na região, de Guddu e de Sukkur, piorando as inundações. Durante o dia, vários diques do sistema fluvial de Sindh sofreram danos parecidos.
"Esperamos que a represa [de Guddu] consiga aguentar, mas é provável que tenhamos que romper algum dique ou canal. Isto afetará algumas zonas, mas permitirá que salvemos a maior parte da infraestrutura", afirmou Kamal.
Segundo ele, a província de Sindh será mantida em alerta máximo, onde é esperada outra sequência de chuvas de monção na semana que vem. Ao menos 500 mil pessoas foram retiradas da região.
O primeiro-ministro paquistanês, Yousef Raza Guilani, implorou as pessoas que abandonem as zonas ameaçadas, depois de supervisionar as tarefas de assistência aos desabrigados no distrito de Sukkur, em Sindh.
Guilani admitiu que a crise ultrapassou a capacidade das autoridades, qualificou a catástrofe como maior que o terremoto de 2005 na região da Caxemira e pediu ajuda à comunidade internacional.
Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), mais de 4,5 milhões estão desabrigados com as enchentes.
CRISE SANITÁRIA
Organizações humanitárias enviaram unidades médicas a várias regiões danificadas pelas piores enchentes dos últimos 80 anos no país, que afetaram especialmente a Província de Khyber-Pakhtunkhwa, no noroeste do Paquistão.
"A situação sanitária é muito perigosa. A maioria dos afetados continua sem receber atendimento médico dias depois do início da crise", disse o subdiretor de Saúde do Crescente Vermelho no Paquistão, Irfan Ullah.
Segundo dados divulgados por Ullah, a maioria dos 15 mil pacientes atendidos sofria de diarreia, sarna ou outro tipo de doenças de pele.
Mas estes números são só a ponta do iceberg de um cenário desolador, em que as águas destruíram casas, pontes e também muitos centros médicos situados às margens dos rios. Milhares de pessoas estão presas em suas casas e só poderão ser resgatadas por helicópteros.
"O maior problema que estamos enfrentando é a destruição de infraestruturas. Só no vale do Swat (norte), 60 pontes caíram. A assistência não chega", disse o porta-voz no país do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, Mike O’Brian.
O porta-voz disse que as inundações contaminaram a água em amplas zonas, embora tenha descartado surtos de cólera. Segundo ele, os problemas enfrentados até agora são diarreias menores, problemas gástricos ou de pele, o ‘habitual" neste tipo de catástrofes.
RESGATE
Barcos da marinha paquistanesa navegaram neste domingo por quilômetros de regiões inundadas para resgatar pessoas presas NO desastre que deixou muitos cidadãos revoltados e responsabilizando o governo.
Os militares, que mantiveram um importante papel nas políticas externa e de segurança mesmo sob um governo civil, estão liderando os esforços de resgate, por já terem ajudado em outras crises, como o terremoto de 2005. Novas tempestades devem cair sobre o país nas próximas 36 horas.
Botes e barcos da marinha saíram das áreas de onde a água transbordou no Rio Indus até localidades distantes, para ajudar paquistaneses que viram a quantidade de terra firme diminuir hora a hora e as águas levando seus rebanhos.
Mulheres, com água até a altura do tórax, carregavam galinhas e roupas em suas cabeças antes de entrar nos barcos da marinha.
Mesmo com os esforços de resgate melhorando a imagem dos militares e que haja uma percepção geral de que o governo civil é muito fraco e ineficiente para lidar com desastres, analistas não veem ameaça à administração atual.
Folha
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