O enviado dos Estados Unidos ao Oriente Médio, George Mitchell, ressaltou nesta quinta-feira, 16, perante o chanceler de Israel, o ultranacionalista Avigdor Lieberman, que Washington defende uma solução de dois Estados para o conflito palestino-israelense.
Lieberman, dirigente do partido ultradireitista Yisrael Beiteinu, já havia assegurado recentemente que seu governo não está ligado ao processo de paz de Annapolis, impulsionado em novembro de 2007 pelo governo Bush e que tem como fim a criação de um Estado palestino.
O americano faz sua terceira visita à região desde janeiro passado, quando foi designado no cargo. Porém, essa é a primeira que faz desde a posse do novo governo israelense. "A política dos EUA favorece uma solução de dois Estados, um Estado palestino vivendo em paz junto ao Estado judeu de Israel", afirmou Mitchell em breve declaração à imprensa ao final de uma reunião com Lieberman na Chancelaria israelense, em Jerusalém.
O chanceler israelense, por sua vez, qualificou o encontro como "importante" e "minucioso" e destacou que teve como objeto "coordenar posições entre EUA e Israel". Mitchell se reúne esta tarde em Tel Aviv com o ministro da Defesa Ehud Barak. Em sua agenda de trabalho também tem fixadas reuniões com a chefe da oposição, Tzipi Livni, e o chefe das Forças Armadas, Gabi Ashkenazi. No fim da tarde, se encontrará com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. Na sexta-feira, Mitchell irá à cidade cisjordaniana de Ramallah, sede da Autoridade Nacional Palestina (ANP), onde terá reuniões com líderes locais.
"Mais tempo"
Segundo o ministro israelense dos Transportes, Israel Katz, o país precisa de tempo para preparar sua linha política sobre o conflito com os palestinos e que sobretudo leve em conta a segurança de Israel. As declarações foram feitas para a rádio pública israelense.
Katz afirmou ainda que as negociações estão em andamento e que, de todas as formas, os interesses conjuntos e os laços entre Israel e EUA são próximos. Segundo ele, o presidente Barack Obama "não tem nenhum interesse em debilitar Israel, no momento em que Hamas, Hezbollah e Irã marcam a realidade na região.
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