O governo dos EUA lamentou nesta segunda-feira (31) as mortes e ferimentos causados pelas tropas israelenses no ataque a um comboio de navios com ajuda humanitária que rumava para a Faixa de Gaza.
O ataque, cujas circunstâncias ainda não estão claras, ocorreu no Mar Mediterrâneo, a cerca de 60 km da costa do território palestino de Gaza, em águas internacionais.
Pelo menos dez pessoas, muitas cidadãos da Turquia, morreram, e 30 teriam ficado feridas.
A Casa Branca não criticou Israel, seu aliado histórico, mas disse que está investigando as circunstâncias do caso.
"Os EUA lamentam profundamente a perda de vidas e os feridos, e está atualmente trabalhando para entender as circunstâncias que cercam esta tragédia", disse William Burton, porta-voz da Casa Branca.
O presidente dos EUA, Barack Obama, estava em Chicago nesta segunda-feira por conta do feriado americano do Memorial Day.
Ele tinha encontro marcado com o premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, e com o presidente palestino, Mahmoud Abbas, nesta terça. Mas Netanyahu desmarcou o encontro e antecipou sua volta ao país para lidar com a crise, após dizer que dava total apoio à ação do exército no caso.
O incidente
O governo de Israel acusa os passageiros da "Frota da Libertade" de terem começado a violência, mas a versão contestada pelos ativistas.
A ação aconteceu por volta das 5h locais (23h de domingo em Brasília).
As imagens, filmadas por um barco turco e publicadas na internet, mostram oficiais israelenses vestidos com roupas negras descendo de helicópteros e enfrentando os ativistas. Também são vistos vários feridos deitados no navio.
"Na escuridão da noite, os militares israelenses desceram de um helicóptero para o barco turco de passageiros ‘Mavi Marmara’ e começaram a atirar quando pisaram no convés", afirma o site do Movimento Gaza Livre. As imagens tremidas mostram cenas de caos, com sombras de navios com mísseis israelenses ao fundo.
O Exército de Israel insiste que suas tropas só abriram fogo depois que foram atacadas com facas, pedaços de pau e armas de fogo.
"Como consequência desta ameaça vital e das ações violentas, as forças navais empregaram meios para apaziguar os distúrbios, incluindo fogo real", afirma um comunicado do Exército.
O texto completa que os passageiros davam a impressão de querer "linchar as forças israelenses".
"Israel optou por uma resposta contundente e culpa os ativistas pelo acontecido. Eles iniciaram a violência", afirmou à AFP o porta-voz de Netanyahu, Mark Regev. Segundo ele, foi feito o possível para tentar evitar o incidente.
G1