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Filho de Gaddafi negocia rendição, dizem rebeldes

O líder militar em Trípoli do órgão político rebelde, o CNT (Conselho Nacional de Transição), Abdelhakim Belhaj, disse nesta quarta-feira que Saadi Gaddafi, terceiro filho mais velho do ditador Muammar Gaddafi, mostrou ao telefone ter vontade de se render e pediu garantias para poder voltar a Benghazi.

O rebelde também afirmou que continuam em negociações com Saadi e que não tinham informações sobre a situação exata de seu pai, cujo regime foi derrubado há uma semana com a tomada da capital líbia pelas forças insurgentes.

Na segunda-feira, o Ministério de Relações Exteriores argelino anunciou que a esposa de Gaddafi, Sofia, e três de seus filhos, Aníbal, Mohammed e Aisha, entraram na Argélia. Os rebeldes líbios acusaram o país de ter feito um "ato de agressão" ao aceitá-los.

Continuam desaparecidos Saif Islam, a face mais midiática do regime durante os últimos anos, Khamis, líder das brigadas gaddafistas que levam seu nome e que, segundo fontes rebeldes citadas pelo canal "Al Arabiya", morreu em combates no sul de Trípoli, e Mutasem, chefe das forças de Segurança Nacional.

A emissora rede catarina "Al Jazeera" informou, citando fontes rebeldes, que Gaddafi poderia estar em uma cidade a 750 km ao sul de Trípoli, onde os combatentes fiéis ao ditador continuam enfrentando o avanço rebelde.

PRESSÕES

Nesta quarta-feira, milhares de líbios se reuniram em Trípoli para celebrar a festa de Eid ul-Fitr, que marca o fim do Ramadã, mês sagrado islâmico, na praça dos Mártires. Os rebeldes armaram um esquema de segurança em volta do local, com cordões de isolamento e guardas armados patrulhando a região.
 

Na terça-feira, o CNT deu às cidades ainda leais ao ditador um ultimato para que se rendam. Segundo a cúpula dos insurgentes, o prazo para a rendição termina no sábado (2).

De acordo com os rebeldes, Gaddafi terá um julgamento justo caso seja possível capturá-lo com vida, mas ao mesmo tempo já ofereceram um prêmio de US$ 1,7 milhão a quem capturá-lo. Ativistas e advogados de direitos humanos pediram hoje aos rebeldes para que entreguem o ditador ao TPI (Tribunal Penal Internacional) e não tentem fazer justiça com as próprias mãos.

Segundo o dirigente do CNT, o conflito iniciado na metade de fevereiro deixou um saldo de mais de 50 mil mortos e talvez o dobro de feridos e desaparecidos.

Enquanto isso, a Otan, aliança militar do Ocidente, anunciou também hoje que intensificou seus ataques aéreos contra a zona central costeira da Líbia, onde se encontram as forças leais a Gaddafi e rebeldes acreditam que que ele possa também estar.

Os bombardeios ainda se concentram nas cidades de Sirte, terra natal de Gaddafi, Bani Walid e Hun. Tal região se tornou alvo a partir de segunda-feira, de acordo com documento da Otan, que considera Trípoli e a zona fronteiriça com a Tunísia já sob total controle rebelde.
 

Folha Online

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