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Franceses escolhem presidente sem grandes expectativas

Franceses escolhem presidente sem grandes expectativas de mudanças

Alguns eleitores disseram ter escolhido o ‘menos mal’ entre os candidatos. François Hollande e Nicolas Sarkozy disputam eleição presidencial.

Os eleitores franceses que compareceram às urnas neste domingo (6) não têm muitas expectativas de mudanças com o resultado das eleições presidenciais. O atual presidente Nicolas Sarkozy tenta a reeleição, mas o candidato do Partido Socialista, François Hollande, aparece como favorito nas pesquisas de opinião.

As seções foram abertas às 8h da manhã em todo o país. Ao meio-dia, 30,66% dos eleitores franceses já tinham passado pelas urnas. No primeiro turno, o número era de 28,29% no mesmo horário. Nem as temperaturas baixas e a chuva fina fizeram com que os parisienses desistissem de ir às urnas.

O casal Monique e Alain Mounier foi junto votar, na seção da Universidade Paris Descartes, no sul de Paris. Para Alain, a campanha foi muito longa. “Já é hora que a classe política volte a trabalhar, porque estamos no meio de uma crise”, diz.

Eles afirmam que não houve dúvida na escolha do candidato. "Nós votamos em Sarkozy desde o primeiro turno. Não mudamos de ideia.”

Monique não vê com bons olhos a vitória de Hollande. “Será uma catástrofe”, diz a aposentada. Alain teme que Hollande aumente muito os impostos para diminuir o déficit francês. “Sarkozy tentará fazer economia nos gastos do Estado. Por isso eu voto Sarkozy”, afirma.

Para Stéphane e Céline Maz, não houve um verdadeiro debate de ideias durante a campanha eleitoral, mas isso não atrapalhou a escolha. Eles também decidiram seu candidato desde o primeiro turno. Como muitos franceses, eles votam sem muitas expectativas. “Votamos no ‘menos mal’ entre os dois”, mas preferem manter segredo sobre a escolha.

Olivia Pouget não tinha definido em quem votar logo no início da campanha, mas depois não mudou de candidato entre os dois turnos. “Eu achei difícil escolher porque nenhum dos dois candidatos corresponde às minhas expectativas e ao que espero”, comenta. Ela, que vota em Hollande, também acredita que ele é o “menos mal” entre os dois candidatos.

O marido dela, Pierre Pouget, não está de acordo. “Eu estou contente com a vitória de Hollande. Mas eu acho que vai ser complicado de todas as maneiras. A situação econômica é complicada e eu não sei se vai mudar grande coisa a mudança de governo”, avalia. Ele admite, porém, que vota no socialista para tirar Sarkozy do poder, e não por suas propostas econômicas.

“Eu acho que Sarkozy fez uma política de divisão na sociedade francesa. Fez reformas que colocaram as pessoas umas contra as outras. Uma verdadeira política de divisão. Eu acho que o aumento da extrema-direita é exatamente o resultado desta política”, afirma Pierre.

Sylvie votou esta manhã pela continuidade. Ela se diz satisfeita com as políticas econômicas do atual governo. “Eu já sabia em quem eu ia votar, a campanha e os debates não me influenciaram”, afirma.“Eu espero que meu candidato mantenha as atuais políticas econômicas, dentro de um contexto europeu.”

Pierre Temonat ficou decepcionado com a campanha. “Eu não ouvi muito falar de coisas que realmente me preocupam. Eu preferiria que eles falassem mais de ecologia e desenvolvimento sustentável, e não somente de crescimento econômico e poder de consumo.” A ecologia foi um dos temas esquecidos durante a campanha eleitoral.

Mas ele está feliz com a provável vitória de Hollande e afirma que sempre vota pela direita. Ele afirma que não foi um voto útil. “Eu votei em quem eu gostaria de ter como presidente e porque estou em sintonia com suas ideias.”

Raphael Messet espera que Hollande não ganhe a eleição. “Ele tem uma política demagógica e vai decepcionar as pessoas que votaram nele porque não vai conseguir cumprir suas propostas”, afirma.

“O novo presidente terá que governar dentro de um contexto europeu e, neste contexto, ele não vai poder cumprir suas promessas”, completa, fazendo referência à campanha do candidato socialista que prometeu crescimento econômico em lugar de austeridade para combater a crise que atinge a zona do euro.

Ele também teme que a vitória da esquerda aumente o poder da extrema-direita – que conseguiu quase 18% dos votos no primeiro turno das eleições. “Eu acho que é melhor ter uma direita tradicional no poder, em lugar de um partido socialista, com uma extrema-direita violenta como oposição.”

Remy Rezah é iraniano e tem nacionalidade francesa. Como imigrante, a única coisa que espera do futuro é que o novo governo restabeleça uma certa paz social. “O governo de Sarkozy nos empurrou para uma divisão da sociedade”, afirma. Ele acredita que a votação recorde da extrema-direita reflete a crise e não o racismo. “Mas isso vai passar”, afirma otimista.

A votação acaba às 20h, quando devem ser divulgados os primeiros resultados baseados em pesquisas de boca de urna.

 

 

G1

 

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