O Exército israelense anunciou nesta quarta-feira (30) uma trégua humanitária de quatro horas em Gaza, válida a partir das 15h locais (9h de Brasília). O comunicado foi feito por um porta-voz das Forças Armadas de Israel.
“O Exército autorizou uma trégua temporária na Faixa de Gaza. Essa trégua se aplicará das 15h às 19h (hora local) e não se aplicará nas zonas onde os soldados estão realizando operações”, disse um comunicado.
O Exército também pede que "os habitantes não voltem às zonas em que há uma ordem de evacuação" e adverte que responderá a "qualquer tentativa de atentar contra soldados ou civis israelenses".
A medida foi recebida como "sem valor" pelo movimento islamita palestino Hamas, porque não inclui as zonas de combate onde o Exército está presente no terreno.
O anúncio ocorre em um dia de fortes combates e muitas mortes de palestinos na Faixa de Gaza. O ataque mais grave ocorreu em uma escola da ONU em Jabaliya, com pelo menos 20 mortos.
Muitos civis palestinos se refugiaram nas escolas da UNRWA, a agência da ONU para os refugiados palestinos, especialmente em Jabaliya, após a advertência do Exército hebreu sobre a possibilidade de bombardeios em massa contra seus bairros. No total, cerca de 180 mil habitantes do território palestino estão refugiados, em condições muito precárias, nas 83 escolas geridas pela UNRWA.
A agência da ONU acusou o Exército de Israel de "grave violação do direito internacional" depois do ataque.
O Exército israelense disse, após o ataque, que militantes palestinos haviam disparado bombas de perto da escola, e que Israel respondeu aos ataques. “Mais cedo, militantes dispararam morteiros contra soldados israelenses da vizinhança da escola da ONU em Jabaliya. Em resposta, os soldados dispararam contra a origem do fogo, e ainda estamos revisando o incidente”, informou um porta-voz militar.
Segundo comunicado das Forças de Defesa de Israel, foram realizados ataques contra 75 posições em Gaza nas últimas 24 horas, e três túneis entre o território palestino e Israel foram destruídos. Durante a noite, as forças também atacaram cinco mesquitas que eram utilizadas com “propósitos de terrorismo”, como “esconder armas e acesso a túneis”.
Segundo um balanço provisório dos serviços de emergência, quase 80 palestinos morreram nesta quarta, em sua maioria civis. Segundo a ONU, três quartos dos 1.300 mortos palestinos nos 23 dias de conflito são civis. Já Israel contabilizou 56 mortos, sendo 53 soldados e três civis.
G1
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